Hoje vamos continuar mostrando como era a Vila de Júlio de Castilhos em 1930. Conforme nos passou meu saudoso amigo Lily Marros numa entrevista gravada em sua casa na Praia de Jurerê. Ele tinha uma memória fotográfica de toda nossa vila.
* Essa é a casa da esquina em frente ao Laboratório Neli. Nessa antiga casa morou a Dona Maria Leonor, mãe do Galeno. Aí foi a última casa onde esteve o Banrisul, antes de passar para o prédio próprio. Vamos continuar para o sul da Av. Pinheiro Machado:
* Na esquina onde é o Laboratório da Neli era a loja do Bernardo Volcato Neto, para os mais íntimos era o Nardim. Eu acho que ele era o avô da Neli. Essa era uma loja muito forte, “A Preferível”, fundada em 1923. Tinha de tudo. Tinha até uma bomba de gasolina na ponta do canteiro na frente da loja. Vendia a gasolina da Energina, um produto da Anglo Mexican Petroleum & Cia. Ltda. * Depois da loja vinha o Hotel Volcato, propriedade do Nardim, que foi aberto um ano antes, em 1929. Ficava onde foi o Hotel Central do Seu Pedrinho Alcântara, onde eu, o Solon e o Tirso moramos em 1956, logo que chegamos aqui. * Além do hotel era um anexo do hotel (seria onde é a casa da Dona Miriam Linck Waihrich). * Seguia a velha casa de material do Seu Henrique Waihrich. Depois ele construiu a atual. * Bem na esquina, tinha a sapataria de um Ceccon. Era uma casa em L. Com a frente para a rua, era a residência e a loja era na esquina.
* Na outra esquina (do Banrisul atual), era um chalé grande, de madeira e de chão batido, coberto com zinco ou palha, segundo o Lily. Nesse lugar o Seu Percy Rocha construiu um sobrado onde tinha embaixo os consultórios do Dr. Viriato e do Dr. Theodoro e, entre eles a primeira farmácia do Benhur Bañolas. O edifício foi demolido para construirem o atual prédio do Banrisul. * Em seguida vinha a casa de Seu Francisco Salles. Meu saudoso amigo, Seu Chico Salles, que me iniciou na História de Júlio de Castilhos e na Genealogia Castilhense. Ele era casado com Dona Genny, filha do Cel. Severo Correa de Barros, e tinha uma farmácia onde hoje é a Loja Real. Até hoje eu tenho um remorso de ter me acovardado e não ter ido ao Promotor para evitar que fosse demolida aquela casa que era um patrimônio artístico do Centro Histórico de Júlio de Castilhos. O Conselho do Patrimônio Artístico da época foi incompetente e tudo veio abaixo. * Na outra casa morava o Galileu Soares que quando o Getúlio Vargas passou por aqui levou para o Rio de Janeiro. A casa pertencia ao Seu Victor Waihrich, foi do Vitinho e hoje está tombada a pedido dele. Em 1930, atrás dessa casa havia um resto de casa antiga (esquerda da foto ao lado) onde fora a Sapataria dos Waihrich. * E nada mais existia até a casa de Rodolfo de Oliveira Mello, uma meia água que ficava abaixo da Prefeitura atual. * E, depois dela, até a esquina era só terreno baldio. * Passando a Fernando Abbott, na esquina, havia um bonito chalé de Leôncio Ortiz (atual Marta Rocha). * Descendo, era a casa de Bibiana Schorne (Sia Bibiana) uma parteira que foi das primeiras a chegar à Coxilha do Durasnal em 1813. A Câmara costuma acentuar erradamente o a da Sai. Não é Siá, nem Sinhá. Ela era conhecia como Sia Bibiana. * Vinha depois, a casa de Joaquim Barcellos da Rocha onde hoje é a Farmácia Ethica Sanar (ótimos preços e atendimento). * Vinha depois um chalezinho precário do pedreiro Nicolau dos Bay. * Logo, a casa onde morou David Frescura, hoje do Amaury. * Na esquina, era a casa do Seu Euclides Barcellos. * Depois não tinha mais nada, era só campo e potreiros!