A pandemia provocada pelo novo coronavírus provocou um cenário inédito de isolamento social, com rápida transição para o ensino remoto e um impacto enorme no aspecto emocional de estudantes, educadores e famílias.
As instituições de ensino tiveram que se “reinventar” e inovar nos meios de compartilhamento do conhecimento. O momento atual indica uma ampliação da já enorme desigualdade no desempenho educacional por todo o país, o que adiciona desafios ao relevante papel da escola na busca por garantir a aprendizagem de qualidade a todos, com equidade.
O ano de 2020 vai entrar para a história como o ano em que os professores tiveram que se reinventar, a fim de dar conta das novas demandas impostas pelo ensino remoto. Esse cenário os colocou em evidência, despertando, na sociedade, reações de reconhecimento pelo seu empenho e dedicação e de solidariedade pelos desafios enfrentados.
A pandemia acentuou dificuldades que já existiam e trouxe a necessidade de atualizar práticas e metodologias de ensino, renovando, também o debate sobre a valorização do professor.
Além de trabalhar mais do que no ensino presencial, o ensino remoto exigiu que os professores buscassem aplicativos, plataformas e outras ferramentas para manter os alunos engajados e motivados. Então, para ele, quando o aluno participa da aula, realiza as tarefas e os pais acompanham o processo é uma forma de valorização.
Já o fato de a escola ter ido para dentro da casa das pessoas fez com que as famílias percebessem a complexidade envolvida no ofício de professor.
Longe das lousas e agora atrás das telas, os educadores têm se desdobrado para dar conta de todos os alunos, ao mesmo tempo em que aprendem a lecionar em um contexto completamente diferente, a pandemia reforçou o papel docente na aprendizagem e, consequentemente, na sociedade.
A tecnologia não substitui o contato pessoal e a interação entre os estudantes, nem os professores. Esse é o principal aprendizado desse período.
Apesar do contexto de angústia, os professores fizeram esforços maravilhosos para chegarem a cada uma das casas de seus alunos.
Para os estudantes, a quarentena impulsionou outras competências, estão sendo obrigados a gerenciar o próprio tempo, já que os dias são muito parecidos.
Adaptação foi uma das tarefas impostas a muitas profissões durante a pandemia do coronavírus. Os professores aprenderam a ensinar a escrever sem pegar em um lápis, a cativar a atenção sem a proximidade e a levar conteúdo àqueles que não tinham acesso ao ambiente online. Os pais, por outro lado, perceberam que a importância do professor vai muito além do conteúdo e reconheceram o valor desses profissionais no dia a dia e no futuro dos filhos.
Assim, dentro do contexto de ensino remoto e ensino híbrido que deve perdurar em 2021 e 2022 é essencial assegurar a autonomia do professor no que diz respeito à definição dos conceitos fundamentais para a continuidade dos estudos dos alunos e avaliações.
Ao mesmo tempo, a pandemia descentralizou a escola, evidenciando que é possível estudar e aprender em outros espaços, em casa, por exemplo, e isso abrirá espaço para projetos pedagógicos inovadores.