Júlio de Castilhos
quarta-feira

22 de janeiro de 2025

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Será essa a pior estiagem dos últimos 70 anos?

Prejuízos da estiagem em Júlio de Castilhos já passam os R$777 milhões, segundo Emater.

A Emater do município de Júlio de Castilhos divulgou, nessa quarta-feira (16), um novo relatório com os dados dos prejuízos nas principais atividades agrícolas em razão da estiagem. Considerada a maior dos últimos 70 anos segundo o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos para a CNN, a seca no Rio Grande do Sul já acumulou números altos de propriedades rurais prejudicadas e perdas significativas nos principais setores que movem a agricultura no Estado: em Júlio de Castilhos, os prejuízos chegaram a mais de R$777 milhões.

Na segunda maior cidade produtora de soja no Rio Grande do Sul, o município tem a soja sequeiro como maior destaque nos prejuízos financeiros e de produtividade. Com uma perda de 70%, 69.190 hectares tiveram prejuízos em razão da falta de chuvas, totalizando R$737.937.200 milhões de prejuízo segundo a Emater.

A segunda atividade agrícola com maior prejuízo também era uma grande preocupação desde o início dos efeitos da estiagem: a produção leiteira. A perda já está calculada em 55%, com 8.800.000 milhões de litros de leite perdidos. O prejuízo já soma mais de R$17 milhões.

No empreendimento do milho, as perdas já passam de R$17 milhões. Para o milho grão, o prejuízo de 1.750 hectares representa uma perda percentual de 70%, assim como a soja. De acordo com o relatório da Emater, a perda financeira para o grão já totaliza R$16.450.000. Para o milho silagem o prejuízo financeiro é o menor do relatório, mas ainda assim significativo: R$1.137.500. Também com 70% da produtividade afetada, foram 350 hectares perdidos. A soma de todos os prejuízos contabilizados já alcançou os R$777.124.700,00 milhões e, segundo o Engenheiro Agrônomo da Emater de Júlio de Castilhos Fabiano Souza, esses são os prejuízos visíveis que podem ser calculados, pois ainda se considera um número muito mais amplo de perdas no município e na região.

“Isso é o que conseguimos estimar em um primeiro momento, é o que é visual. Essas perdas estão acontecendo diariamente, e vão seguir pelos próximos meses e anos inclusive. A estiagem acaba, mas os reflexos continuam” explicou Fabiano.

Segundo o Engenheiro Agrônomo, os milhões de reais em prejuízos na agricultura e pecuária afetam não somente a produtividade, ganho e desenvolvimento desse setor, mas atingem principalmente a economia.

“Esses milhões de reais em perdas são milhões que, pelo menos uma parte, é investida aqui no município e vão deixar de entrar na economia, que vai sentir esse impacto. Também isso vai para o consumidor que não é ligado ao agronegócio: ele vai sentir esse preço no supermercado, os alimentos vão subir. Os reflexos financeiros no município e no estado inteiro vão continuar por alguns anos, muita gente ia investir na propriedade e acaba não investindo, estava contando com essa safra para pagar contas. Aqueles produtores que trabalham com verduras e afins também tiveram muitas perdas por não ter condições de irrigar, e até os que irrigaram acabaram ficando sem água. É muito amplo” disse o Engenheiro Agrônomo.

Segundo dados divulgados pelo Boletim de efeitos da estiagem nas principais atividades agrícolas do Rio Grande do Sul, publicado no dia 11 de fevereiro pela Emater/RS-Ascar, o Estado já tem cerca de 257 mil propriedades que foram atingidas pelo efeito da seca. Além das propriedades rurais, são aproximadamente 17,3 mil famílias que estão passando por dificuldades de acesso à água.

O Boletim apresentou o número de produtores que foi atingido em cada atividade agrícola. No cultivo de milho, 98 mil produtores tiveram sua produtividade prejudicada por conta da estiagem, e de acordo com a Emater, esse número conta com o acréscimo de quase 5 mil produtores desde o último levantamento.

Na cultura da soja, cerca de 88 mil produtores tiveram redução de produtividade e 33,1 mil produtores de leite com a produção comprometida.

Além disso, a Emater apresenta também a comprovação dessas perdas de acordo com as datas desde outubro de 2021. No dia 10 de fevereiro, os dados indicam que foi atingida a marca de 8 mil avisos de agricultores familiares gaúchos em razão da seca.

Repasse do Governo Federal à oito cidades gaúchas

De acordo com a publicação do Diário Oficial da União no dia 14 de fevereiro, o Governo Federal por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) vai repassar R$1,3 milhão para oito cidades do Rio Grande do Sul, que estão em situação de emergência devido à estiagem. De acordo com as informações do comunicado, cerca de 28,6 mil pessoas serão atendidas com o investimento.

Dentre as oito cidades está Júlio de Castilhos, Tupanciretã, Barra da Guarita, Fontoura Xavier, Ibirapuitã, Itatiba do Sul, Sananduva e Sinimbu. Para Júlio de Castilhos serão repassados R$103,5 mil revertidos para a compra de reservatórios móveis para transporte de água e de combustível, e poderão atender cerca de 3 mil pessoas. A mesma demanda para reservatórios foi destinada também para Tupanciretã, que receberá R$354,4 mil e poderá ser utilizado também para cobrir gastos com cestas básicas, combustível e locação de caminhão.

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