Nessa segunda-feira (30), a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) do Rio Grande do Sul emitiu um alerta fitossanitário direcionado para a cultura do milho. A preocupação é com a ocorrência da praga Dalbulus maidis, conhecida como cigarrinha do milho.
Em abril e maio de 2021, foi realizado um monitoramento desenvolvido pela SEAPDR, Emater e coordenação do Mapa, onde foi possível monitorar as lavouras de milho afetadas pela cigarrinha e também basear o alerta emitido nesta semana.
O monitoramento foi realizado em 151 municípios gaúchos, onde foram observadas grandes infestações. 179 amostras foram colhidas e encaminhadas para o Laboratório Federal de Goiás (LFGO) para a identificação dos patógenos associados ao complexo de enfezamento do milho e levantamento de dados para tal caracterização epidemiológica na cultura.
De acordo com informações do estudo, as análises identificaram a presença dos patógenos (agentes causadores) em 44% das amostras colhidas. Quem transmite os patógenos é a cigarrinha, e os efeitos estão sendo observados em diversas regiões do estado, aumentando a ocorrência do enfezamento do milho. O enfezamento ocorre quando o inseto, ao se alimentar, facilita a transmissão de bactérias e vírus, os quais causam anomalias e enfraquecimento na planta, causando perdas significativas na lavoura que podem totalizar até 100% da plantação.
Segundo o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da secretaria, Ricardo Felicetti, um dos fatores que contribuem na condição das pragas, como a cigarrinha, é o tempo seco que se encontra no Rio Grande do Sul. As previsões são de que o verão seja protagonizado pelo fenômeno La Niña, o que traz como possível efeito a redução das chuvas. A condição, por sua vez, forma um cenário favorável para o desenvolvimento do inseto. A verificação da presença da cigarrinha no início da safra de verão, quando o milho já está em andamento no RS, também é um fator que determina a condição de alerta.
O objetivo do alerta fitossanitário é incentivar que técnicos e produtores tenham cuidado no manejo das atividades, prevenindo riscos futuros na cultura do milho.
Segundo a Secretaria de Agricultura, as recomendações consistem em:
- Eliminar plantas de milho espontâneas da entressafra;
- Utilizar cultivares tolerantes à cigarrinha e enfezamento;
- Efetuar o tratamento fitossanitário de sementes;
- Efetuar o plantio do milho evitando a proximidade de lavouras novas a lavouras mais velhas ou áreas com ocorrência de infestação anterior;
- Evitar semeadura sucessiva de milho na mesma área;
- Otimizar o planejamento da cultura, preferindo períodos ótimos em detrimento de semeaduras tardias;
- Objetivar diminuir as perdas de grãos durante a colheita e efetuar o controle da cigarrinha do milho conforme orientação técnica.
Para contribuir na aplicação das orientações aos técnicos e produtores rurais, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento disponibilizou, no site oficial, um documento informativo orientando o manejo da praga na cultura do milho.
O documento pode ser acessado digitalmente em www.agricultura.rs.gov.br.
