Na década de 1970, a crescente vulnerabilização das famílias e indivíduos decorrente de múltiplas desigualdades e ausência de serviços e políticas públicas potencializou as lutas por trabalho, habitação, acesso ao atendimento das necessidades básicas e ampliação da cidadania enquanto direito.
Após a Constituição de 1988, os esforços para o estabelecimento da Política de Assistência Social convergiram para a construção de redes descentralizadas de serviços na lógica do SUAS, em meados do século XXI.
Tais redes consideram as situações de vulnerabilidade e risco inerentes a cada ciclo de vida (crianças, adolescentes, jovens e pessoas idosas), bem como as situações vivenciadas em decorrência de gênero, cor, etnia, orientação sexual e contextos de pobreza extrema, violência, maus tratos, abandono, negligência, abuso e exploração sexual, tráfico de pessoas, situação de rua, uso abusivo de álcool e outras substâncias psicoativas, dentre outras.
O avanço do SUAS tem se dado através de ações organizadas por níveis de Proteção Social, Básica e Especial, visando a prevenção, a vigilância social e o atendimento especializado nas situações de violência e violação de direitos. Inclui serviços, programas e benefícios de transferência de renda, prestação continuada ou benefícios eventuais ofertados nos municípios e no Distrito Federal.
O objetivo de tais ações é identificar necessidades e apoiar as famílias e indivíduos para que possam construir opções de enfrentamento da vulnerabilidade mediante o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, bem como através do acesso a saúde, educação, trabalho, dentre outras políticas. Demandam intensa articulação de agendas com as demais políticas públicas e órgãos de garantia e defesa de direitos no território.
A identificação de perfis para transferência de renda via Programa Bolsa Família a partir da inserção de usuários do CadÚnico é, por exemplo,uma estratégia de enfrentamento da vulnerabilidade através da redução da pobreza, com impactos na exposição de uma população ao risco.
Os resultados de tais redes e ações são importantes, mas ainda desiguais e aquém das necessidades da população nos municípios brasileiros.
Principalmente após e ainda vivendo uma pandemia, com seus efeitos de grandes impactos nas relações humanas, na economia mundial e na renda de milhares de famílias, registrados nas centenas de atendimentos e acompanhamentos realizados pelo CRAS e CREAS em nosso município e em todo o país e em programas como estes pelo mundo afora.