Neste ano, a expectativa de colheita do trigo tem destaque para os dois principais estados brasileiros produtores da dessa cultura. De acordo com o Centro de Estudos e Pesquisas em Economia Aplicada (Cepea), é estimada que a produção seja recorde no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
A colheita já iniciou, mas de acordo com dados do Canal Rural, está atrasada em relação ao ciclo anterior. No momento, 4,7% da área foi colhida, o que na safra anterior foi registrado em 10,9% no mesmo estágio do ano.
No Paraná, estado líder na produção de trigo no país, o trabalho de campo registra 11% da área colhida, em comparação com 23% do ano passado. O atraso na colheita, segundo o pesquisador do Cepea, Lucílo Alves, se deve em decorrência do clima seco registrado nos meses de março, abril e maio deste ano.
No Rio Grande do Sul, o estágio das lavouras de trigo se encontra ainda em floração e desenvolvimento vegetativo, o que lança a estimativa de colheita para o quarto semestre de 2021.
De acordo com informações da Cepea, os dados de produtividade entre Rio Grande do Sul e Paraná são alinhados, o que possibilitaria que o RS produzisse ainda mais trigo do que o Paraná, liderando o ranking. Ainda que sejam somente estimativas, a expectativa geral é que a safra seja muito satisfatória a nível nacional, superior a 8,1 milhões de toneladas de trigo caso o clima contribua até a finalização da colheita.
Importações
De acordo com o pesquisador da Cepea, as importações de 2021 configuram um ponto de destaque dos últimos seis anos.
“Somando a produção com a importação, nós vamos ter a maior disponibilidade interna dos últimos seis anos. Isso por si só seria um fator de pressão sob as cotações, porém não é algo distante do consumo, pois vamos estar com um consumo interno na casa de 12,3 milhões de toneladas. É o maior consumo em quatro anos. Isso vai fazer com que tenhamos uma relação estoque/consumo para julho/2022 na casa de 11%”, declaração do Cepea.
No momento atual, o contexto da safra de trigo é de uma maior produção que é favorável ao produtor, pois com a maior disponibilidade do produto juntamente com o consumo e a expectativa de exportação, a tabela de oferta e demanda do trigo é equilibrada, alinhada com os parâmetros de cotações internacionais.