Júlio de Castilhos
quarta-feira

22 de janeiro de 2025

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Polêmicas são, por definição, discussão ou disputa em torno de uma questão que suscita muitas divergências. Polêmica é controvérsia. Ao longo da história humana sempre tivemos polêmicas. Haveremos de ter ainda milhares. Mas sobretudo, atualmente, vivemos em um mundo polêmico sob o manto de infindáveis controvérsias. Mas vamos aos fatos: Independente de vários assuntos que vão e que voltam à tona, das discussões efêmeras e das disputas extemporâneas, a questão da pandemia e, sobretudo, da vacina são o “top five” do “world of controversy” ou em bom português, no mundo da controvérsia a vacina está no topo.

No início do século XX, em 1904, ocorreu no Rio de Janeiro a chamada “Revolta da vacina”. A população em geral não queria ser inoculada com pústulas de vacas doentes. Dizia-se que depois da vacina as pessoas ficariam com feições bovinas. Teve tiros, pedras, tumulto de toda a sorte. No final muitos presos e deportados, muitos feridos e trinta mortos depois de duas semanas de protestos. O governo de Rodrigues Alves perdeu: Não teve vacina obrigatória. Mas dali há quatro anos, após novo surto de varíola, a população correu para ser vacinada, no sentido contrário ao de 1904.

Não sei se hoje aqueles que rejeitam as vacinas contra a COVID seguirão o mesmo curso ou os vacinados tomarão outro rumo, mas tenho a convicção de que as polêmicas se esvaziam quando se tem uma certeza.

Vejam o caso da atual vacina: Se não imuniza totalmente, mesmo depois da segunda ou terceira dose (polêmica 1), porém ameniza os sintomas e pode diminuir a letalidade da doença (polêmica 2). O certo é que ninguém virou jacaré (polêmica 3), mas não se tem a certeza de que a terapêutica é 100% eficaz (polêmica 4). Seria a vacina contra a COVID uma forma de controle populacional (polêmica 5) cujo objetivo também seria de mapear e controlar as pessoas? (polêmica 6). Ou seria apenas a sanha gananciosa dos laboratórios que querem vendê-la (polêmica 7) sem efeitos comprovados? (polêmica 8)

Poderia aqui ampliar as polêmicas que cercam a doença em si e a vacina. Assim também como poderia aumentar ainda mais o potencial polêmico ao associar a COVID e a vacina aos humores e preferências políticas. Ainda poderia “jogar mais lenha na fogueira” citando decisões judiciais e sentenças que pendem, ora para um lado, ora para o outro da balança da razão.

Como disse no início, as polêmicas nos acompanham ao longo do tempo e quem haveria de esquecer a divergência bíblica entre salvar o Ladrão ou o Messias. Ou de jogar mulheres inocentes na fogueira. Os sanguinários, mas desbravadores Bandeirantes merecem homenagens? São tantas polêmicas!

Mas me detendo exclusivamente na vacina creio que muita água ainda vai correr por debaixo da ponte. Os jovens que não representavam risco agora são obrigados a tomar vacina (polêmica 9). Mas a justiça garante que eles não podem ficar fora da escola mesmo sem a vacina (polêmica 10). No Canadá e em outros países o passaporte vacinal teve que ser abolido (polêmica 11), mas em nosso país as instituições obrigam seus funcionários a apresentar a “carteirinha” (polêmica 12).

Sem adentrar na polêmica 1000 ou 2000 sejamos racionais ou pelo menos vamos tentar. Sem focar na questão vacinal teria outras polêmicas para debater, do tipo: O Grêmio tem mundial? Como o Internacional é campeão de tudo se jogou e não foi campeão da segunda divisão? Melhor parar por aqui. Estou sendo muito polêmico e enquanto não houver a certeza as desavenças, as rusgas, os enfrentamos podem piorar. No entanto se eu não for polêmico estaria sendo evasivo ou político? Polêmicas, ora polêmicas!

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