Nós sabemos que diversos insetos não são predadores ou alimento na cadeia alimentar, mas muitos deles podem oferecer proteínas e nutrientes e essas descobertas têm motivado estudos para o desenvolvimento de novos produtos ou formas de uso. É o caso do inseto “tenébrio”, um besouro que faz parte da ordem coleóptera.
Mais conhecido como larva-da-farinha, o inseto tem cor preta ou parda-escura, e é classificado como inseto holometabólico, que atravessa quatro estágios em sua vida: ovo, larva, pupa e adulto. Geralmente, o tamanho das larvas vai até 2,5 cm, e o besouro adulto pode chegar até 1,8 cm de comprimento.
O tenébrio também é conhecido como praga de cereais, e são insetos que evitam locais com iluminação, podendo ser encontrados em cavidades de árvores, no campo e em ninhos de aves. As informações são do Instituto Biológico de São Paulo.
O uso mais comum do inseto tenébrio, ainda em fase de larva, é para a alimentação de animais de estimação de pequeno porte, como pássaros, aves de cativeiro, répteis, peixes, aranhas, roedores e sapos. Além disso, para aqueles que gostam de pescar, o inseto é utilizado também como isca para os peixes.
O que mais surpreende ao aprender sobre o inseto, é saber que o tenébrio é um dos insetos com maior produção comercial no Brasil, segundo dados do G1 na reportagem especial sobre o besouro no Globo Rural. Na internet, suas larvas podem ser encontradas por até R$500, e atualmente se encontram em falta no mercado.
Além de ser utilizado nas formas mais comuns, para alimentação, pesquisas estão desenvolvendo outros produtos usando o tenébrio, como ração animal, biofilmes e suplementos. De acordo com pesquisas de farmacêuticos e físicos, realizadas especificamente para a reportagem do G1, o tenébrio possui um teor proteico que passa os 50%.
O processo para o inseto virar suplemento, por exemplo, requer que as larvas sejam colocadas em um congelador, para que seu metabolismo seja reduzido até sua morte. Após, as larvas vão para o cozimento e desidratação, posteriormente processadas para virar farinha.
Já no desenvolvimento do Biofilme, é processado o exoesqueleto do tenébrio, aquela “casquinha” que reveste insetos e crustáceos e é rico em quitina – um polissacarídeo contido na parede celular dos fungos e no exoesqueleto dos artrópodes. O material, assim, se transforma em um Biofilme de quinina do inseto tenébrio.
Segundo a reportagem do Globo Rural, uma alimentação que contenha produtos com insetos já é comum para uma parte do mundo, e que, recentemente, a Agência Europeia de Segurança Alimentar liberou o consumo de um inseto na alimentação. O inseto é o primeiro a ser liberado para humanos, e é o próprio tenébrio.