Júlio de Castilhos
quarta-feira

22 de janeiro de 2025

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Como convêm, o título deste artigo faz uma referência ao tão propalado e difundido “Novo normal”. Começo com uma indagação: Seria oportuno um novo normal, já? Continuo com outras perguntas: A Europa com estádios lotados na Eurocopa e o Japão com as Olimpíadas (com algumas restrições) seriam o novo normal? Porto Alegre com um evento reunindo seiscentas pessoas (jovens) sem máscara, mas com testagem seria o novo normal? Um baile gaúcho em Alegrete com mais de trezentos pessoas, com máscaras e vacinados, seria o novo normal? O futebol no Brasil faz tempo que voltou (sem público, é verdade) mas com jogadores, comissões técnicas e arbitragem trocando fluídos e humores (e nem todos vacinados) seria o novo normal?

Trabalhadores da saúde não pararam (nem poderiam). A indústria, os transportes públicos, os serviços em geral tiveram pouquíssimos lapsos. Entre as bandeiras e o abecedário, sobrou um arco-íris no horizonte e um alfabeto no armário e os humanos brasileiros buscaram uma vida diferente, alternativa e passível de viver e sobreviver diante de uma pandemia*. “Fica em casa”, “Vacina boa é vacina no braço” e “Álcool gel e máscara são imprescindíveis” foram palavras de ordem (quase dogmas).

Com ou sem a ciência que de plantão serviu para justificar, explicar e até mesmo empulhar os peixes que já encontravam presos nas redes a vida continuou. Mas como bem dizem alguns, a fila anda e necessitamos buscar alternativas sob o risco de estacionar a carreta do tempo. Nesse contexto a vacinação avança de forma célere. Não somente no Brasil. Seja em termos absolutos ou em termos percentuais aumenta sensivelmente o número de pessoas que são imunizadas. Há de chegar o momento em que 100% da população vacinável estará em dia, embora alguns estudos apontem que 75% bastam para a conhecida “imunidade de rebanho”.

Mas porque jovens abaixo de 18 anos não contam nessa contabilidade de vida ou morte? Como os casos de contaminação e óbito são irrisórios eles estão fora da equação. Assim, as políticas e as ações são voltadas para as pessoas com mais de 18 anos. Mas como há um cuidado adicional com a vida as vacinas estão chegando para jovens de 12 a 18 com comorbidades (muito justo).

O Executivo, o Legislativo e o Judiciário, em todos os níveis, já voltaram (claro que existem restrições quanto à faixa etária, distanciamento, profilaxia, etc), mas descontado também o home office quase tudo já voltou ao normal (Ops, novo normal).

Assim, e com a vênia necessária, creio que somente na área educacional não há o retorno efetivo, se bem que o ensino remoto está full. Para quem torcia o nariz, momentos síncronos e assíncronos, ensino híbrido e outros neologismos pedagógicos são a nova realidade diante do antigo presencial. Nas instituições de ensino privadas a volta já se efetivou. No ensino das séries iniciais também. Mas quando haverá o novo normal na educação como um todo? Ou o novo normal será o ensino 100% remoto? A classe dos docentes da rede pública estadual amarga mais de sete anos sem reajuste e os ânimos começam a se exaltar. Quais os argumentos que embasariam a volta às aulas e seus riscos? Quais os argumentos que sustentariam a continuidade do ensino remoto quando praticamente tudo já voltou? Novo normal já (também na educação?) A polêmica está lançada! (Não vale chorar o leite derramado e dizer: Eu já sabia!).

(*) Já discorri que na atualidade globalizada todas as patologias são pandêmicas.

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