Então se inicia o último mês do ano. Dezembro traz com ele toda a peculiaridade desta época, onde se misturam as avaliações do ano que está se encerrando com os sonhos para o ano novo que está para chegar. O mundo viveu, no ano que se finda e no anterior, uma época sombria de perdas irreparáveis, sendo que, só no Brasil já são mais de seiscentas mil vidas perdidas, desde o início da pandemia do COVID-19. Ainda, como resultado da mesma, houveram danos econômicos e estruturais, a exemplo das dificuldades no ensino e processo de aprendizagem como um todo, merecendo destaque os louváveis esforços dos professores e todos os trabalhadores da educação, de todas as redes de ensino fazendo aquilo que foi possível, que foram as atividades e aulas tele presenciais. E, por óbvio, o maior reconhecimento vai para todos os trabalhadores da área da saúde que, com esforço e, em muitas vezes, com sacrifício, foram responsáveis por salvar muitas vidas, neste momento difícil da nossa história. A pandemia retrocedeu graças as vacinas, mas ainda não acabou. Permanecemos na incerteza sobre o seu desfecho futuro. Mesmo assim, já há um cenário favorável, comparado ao que se viveu, praticamente ao longo dos últimos dois anos.
O final de ano será atípico, pois se dará num momento em que a pandemia diminui a sua incidência, mas ainda está presente requerendo cuidados e cautelas. Mesmo assim será um momento de reencontro das famílias, em que pese, muitas delas com ausências de seus entes queridos, que sucumbiram à Covid-19. Para muitos será ocasião de reencontro, mas também de saudade daqueles que partiram. Abstraindo-se essa tipicidade do momento histórico em que vivemos, talvez o que mais marque o último mês do ano seja o Natal, até para aqueles que não são cristãos ou não tem uma religiosidade, pois se trata de uma data que para muitos, além das crenças religiosas, serve para movimentar a economia e gerar empregos, ainda que temporários. Neste período de transição vivemos: fim e princípio ao mesmo tempo, um ano que está se exaurindo e misturando-se ao início de um ano novo, o qual todos esperam que seja venturoso, cheio de possibilidades e oportunidades.
É lindo de se ver o espírito de natal e final de ano onde as pessoas experimentam um encontro impar entre o passado e o futuro; e nesse contexto as reflexões são inevitáveis. Há um desejo de enxugar as lágrimas do passado e esboçar sorrisos de expectativa pelo que virá. É o momento de lembrar-se dos esquecidos, dos desfavorecidos, de enxergar além do próprio egoísmo, percebendo a existência do irmão e procurando se colocar no lugar dele. De repente nos damos conta que somos poeira cósmica no universo, somos pouco, e, ao mesmo tempo, muito; pois podemos fazer a diferença por um mundo melhor. Que nesse clima de final e de recomeço, dezembro nos sirva para analisarmos o que aconteceu no ano que se finda e planejar o que se inicia; priorizando as boas ações e neutralizando aquelas que já se mostraram negativas no período que se encerra. Que o décimo segundo mês do ano seja um período de positividade, coerência, reflexão e esperança!