Aí estão as prendas do CTG JÚLIO DE CASTILHOS em frente à porta principal da primeira sede própria da entidade que ficava na Rua Oswaldo Aranha. Era uma construção mixta. A frente era de alvenaria e a parte de trás de madeira. A cobertura era de telha-francesa. À esquerda tinha um muro com um largo portão de ferro com duas folhas. Sobre ele estavam aplicadas recorte de lata de uma chaleira antiga e não sei quê mais. * O Patrão era o Seu Heitor Hundertmarck que aí aparece. Um típico gauchão que dirigiu o CTG com muita habilidade e paciência durante muitos anos. Toda a família dele fazia parte e o ajudava para o ótimo funcionamento da sociedade. * Com a gaita, sentada no parapeito, a Galdis Rosa Fumagalli que casaria com o David Oliveira, filho do Seu Berilo e dona Clélia.
Vamos ver quem são as prendas naquele tempo longínquo de 1958. Começando pela frente e indo para cima. No primeiro grupo: * A primeira era a Lecy Soares da Silva, filha do Seu Aristides Soares da Silva e de Dona Margarida Correa de Barros. A Dona Margarida nasceu no sul da Argentina com o nome de Marguerita, na cidade de Concepción de la Sierra. Como todos sabem ela casaria com o Ozório Pereira Machado e seriam pais do Luiz Valmor e da Magali do Romeu. * Depois, para cima, vêm mais duas irmãs da Lecy, a Claíres e a *Nilva, da floricultura. * A outra é a Izar, filha do Patrão Heitor. * Acima, a Valderez, filha do Homero Mendonça e da Valderez. * A bem de cima eu não consegui saber o nome. Mas ela casaria com um senhor que tinha uma borracharia perto do Clube União.
No segundo grupo: * A da frente é a Bernardina Salles de Souza que nasceu em Pinhal Grande e que faleceu em 2010. Ela era filha do Seu Waldomiro Souza, mais conhecido como Nenê Picurra, e de Dona Marieta Salles de Souza. Ela casaria com o Carlos Alberto Onófrio, o Carlinhos Onófrio, filhos do Seu Iddo e Dona Hilda. (A Lecy e a Bernardina tinham uma faixa que as distinguia como prendas especiais). * A segunda é a Sirley Amaral Messerschmidt, filha do Seu Ruy Messerschmidt e Dona Zelina do Amaral Messerschmidt. Ela era irmã do Alceu da Berenice e do Victor Messerschmidt, mais conhecido como Cano Curto. Meu grande amigo, que faleceu muito jovem. Ela casou com o Érico Salatino. * A seguinte era a Beatriz Santos, que morava logo depois do Clube União. Ela era filha de um ótimo ferreiro, meu paciente, Seu Ladislau Santos, dono da Ferraria Nacional, e de Dona Carmem. E era irmã da Mimosa que casou com o Remy Caldas, sócio do Hugo Canfield na Fundição que havia antes dos trilhos. A Beatriz e a Mimosa foram para Florianópolis. Vocês sabem quem foi o primeiro ferreiro de Júlio? Vou contar: Foi o Seu João de Deus Leopoldo Rohde, alemão que nasceu em Berlim, veio para Cachoeira com 16 anos e de lá para Vila Rica em 1901. Ele era pai da Dona Maria de Jesus Rohde Marques, benzedeira bondosa que morava na Getúlio Vargas e muita gente antiga a conheceu. Ela era dona de um potreiro de 43 hectares, que ficava onde hoje está a Vila Maria de Jesus e a Vila Castelo Branco! Ela morreu quase na miséria. Uma história muito triste. * A de cima, era a Miria (sem m), irmã do Argeu da Casa Triângulo, que casaria com o Arlindo Nodari que trabalhava no Banco do Comércio. Ela cuidou muito do Pedro Louco e ainda anda por aí flanando na cidade. * A penúltima é a Ely Krebs, irmã do Tonico da Maria Helena. Ela casaria na Capela Metodista do Bom Pastor que existiu na Oswaldo Aranha, com o Jorge Paiva Sobº, poeta, inteligente, meu grande amigo. Queria que eu fosse maçom. O Jorge era filho do emérito agrônomo, Dr. Benedito Paiva que, depois de voltar dos EEUU onde ficou dois anos fazendo um curso de genética, química e bacteriologia, chegou a Júlio em 1939 e publicou o primeiro livro de genética editado no pais. De sua importância, basta dizer que tem seu nome na Enciclopédia Barsa, uma espécie de Google daquele tempo. * A última de cima não foi identificada.