Esta preciosa foto de meu acervo, tem 110 anos. É de 12 de agosto de 1911. Ela retrata uma tradicional família do nosso passado: a dos Pereira da Silva. Na foto, a família do Seu Francisco Pereira da Silva, mais conhecido como Chico do Felisbino e de Dona Clara Martins Pereira. Seu Chico nasceu no Cerrito e faleceu com 90 anos. Dona Clara faleceu no dia que completou 94 anos. O pai do Seu Chico era filho de Joaquim Pereira da Silva, mais conhecido como Felisbino.
Aí estão: *O primeiro, à esquerda, Seu Amado Martins Pereira que casou a primeira vez com Felisbina Ilha da Rosa. Pais da Edy do Normélio, da Terezinha do Argeu e do José Carlos Pereira. A segunda vez ele casou com a Dona Ely Fontoura e foram os pais do Coquinho, do Cibeto e do João da Magali. * A moça, atrás da Dona Clara é a Ambrosina que casou com o Bino Carovi, pais do Seu Pedro Garcia da Prefeitura do Mileno, da Noêmia do Izidônio e da Conceição do Gabriel, pais do Paulo de Tarso Pinheiro. *O outro é o Francisco de Assis pai do Chico Três Buchos e avô da Nilva da Floricultura e da Lecy Machado do Osório, pais do Luiz Walmor. * A seguinte é a Arminda que casou com um Portella, lá do Portão. * Depois vem um guri mais baixo: o Seu Lindolpho Pereira da Dona Eufrásia que não tiveram filhos, mas criaram a Terezinha do Argeu e moraram na casa onde mora a Mima. * A moça de tope no cabelo é a Amália Pereira da Silva que faleceu solteira, com 59 anos. *O rapazinho da ponta é o Seu Egydio Martins Pereira que faleceu num acidente na rótula da BR e foi casado com a Dona Balbina Ilha da Rosa, irmã de Dona Eufrásia, que eram pais da Dona Maria Iva, a mãe da teatróloga Lourdinha Pereira. * A menininha de 6 anos entre os pais é a Clara Martins Pereira da Silva, chamada de Inhazinha, que casou com Marciano Ilha da Rosa Sobº. Mãe do Chico Rosa da antiga rodoviária, pai do Cilon e do Solon Rosa pai do Mano Rosa e da Mima.
Nessa foto espichadinha aparece a sede da antiga Fazenda Duas Árvores que era do Seu Chico do Felisbino e de Dona Clara. Nessa foto de 1918 ou 20, aparece com o cavalo * o Seu Lindolpho Pereira, que foi dono da fazenda. *Não conseguimos identificar as pessoas sentadas nas cadeiras de balanço de vime, com a menina. (Devem ser os donos da fazenda com a Inhazinha) *Nem o menino que tem as rédeas da “aranha” da fazenda. No entanto, conseguimos resgatar e imaginar um pouco da história dessa Fazenda que fica à direita do Corredor que vai ao Mano Rosa:
Em 1831, lá na Fazenda da Reserva, foi assinada uma escritura pública (particular) onde Antônio Teixeira Coelho vendeu, por trezentos mil réis, a Ana Maria França, um campo com capões e terras lavradias, no lugar conhecido como Rincão dos Louros (dos papagaios). Era uma enorme propriedade cuja sede ficava nos fundos dessa foto debaixo. Lá, era a antiga sede da fazenda, onde havia a capela de Sant´Ana.
Em 1858, Ana Maria França vendeu essa propriedade a Joaquim Martins de Mello que era pai da Dona Clara Martins Pereira que a herdou. Provavelmente, Ana Maria teria levado a imagem de Sant´Ana com ela. Com o material dessa antiga sede onde tinha a capela antiga, o casal Chico do Felisbino e Clara veio construir essa nova sede que ficava mais perto da estrada que ia ao Portão. E construíram também a nova capela, que aparece à direita na foto acima e deram-lhe o nome de Capela do Divino Espírito Santo. Nela existe até hoje a famosa imagem de Santo Izidro que foi levado à vila em procissão, em 1877, depois de uma seca de seis meses e acabou chovendo copiosamente. O Santo Izidro dessa capela ficou conhecido como “o santo da chuva”.