Júlio de Castilhos
quarta-feira

22 de janeiro de 2025

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Essa é a história de uma casa-de-pedra, construída por um antigo italiano que veio do Velho Mundo tentar a vida e acabou ficando por aqui.

Eu me lembro que naquele dia eu saí para os arredores da cidade com a minha filmadora de três quilos. Queria filmar o centro da cidade de outro ângulo. Entrei pela estrada dos Fruet, que levava à Chácara do Seu Milo, e como tinha antes uma entrada à esquerda, desci. Cheguei até essa casa de pedra. Resolvi filmá-la. Era uma preciosa obra de arquitetura do passado. Pela madeira envelhecida, podia ver-se que deveria ser muito antiga. Abri a porta e entrei. Respeitei o pouco que tinha dentro. O dono não vai ficar brabo comigo — pensei. Todos me conhecem. 

Filmei, internamente, os barrotes, o telhado e os marcos das aberturas. Quando saí, apareceu, por sorte, esse velhinho da foto, o Seu Horácio Elias Paschoal. Disse-me ele que não era o dono. Que o dono da chácara era o meu amigo Sagrillo. Mais a vontade, filmei-o sentado em frente à casa. Enquanto isso, ele começou a contar a história de que quem tinha construído aquela casa de pedra foi seu avô José Elias Paschoal.

Contou-me que Giuseppe Elias Paschoal, nasceu em Basilicata, no sul da Itália, perto de Nápoles, (ver a foto abaixo) e era filho de um pobre agricultor que lá vivia.

Que ele plantava na íngreme encosta de uma montanha. No inverno, a chuva levava toda a terra da lavoura lá para baixo. Quando o verão chegava, ele tinha de levar nas costas, toda aquela terra lá para cima, para poder plantar de novo. Que isso não era vida! Foi então, que resolveu vir para o Brasil. Ele teria 31 anos e veio “fazer a América”, mesmo tendo de deixar seus pais. Era o ano de 1883 e ele veio procurar a família Fruet que viera antes e foram eles que o receberam em sua casa.  

Trabalhou aqui fazendo taipas de pedra e casas de pedra que era o que sabia fazer. Trabalhou muito até conseguir comprar uma terrinha e ali construiu essa casa-de-pedra.

Aí está, toda a história dessa casa-de-pedra que já ruiu e não existe mais.

E, a história da família de Giuseppe Elias Paschoal aqui vai resumida:

Com 31 anos, ele casou e teve dez filhos.  Viuvou e casou, com 43 anos, com Maria Theodora Muniz Portella, com 39 anos, com quem teve dois filhos: Horácio Portella Elias, nascido em 1899 e Adão Portella Elias, nascido três anos depois. Com 51 anos, viuvou e casou, pela terceira vez, com Maria Joaquina Muniz Portella, irmã da falecida. Não tiveram geração.

Sete anos depois, ele veio a falecer aqui em Júlio de Castilhos.   

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