Após a decisão do Ministério da Saúde na última semana em suspender a vacinação contra a Covid-19 para adolescentes sem comorbidades, nesta quarta-feira (22), a pasta voltou atrás e liberou a imunização da faixa etária.
A mudança ocorreu após um comitê formado pelos representantes do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), confirmar que o falecimento de um adolescente de 16 anos, de São Bernardo do Campo no ABC Paulista, não ter relação com a vacinação contra a Covid-19.
Na terça-feira (21), o Comitê Interinstitucional de Farmacovigilância de Vacinas e outros Imunobiológicos (CIFAVI), por meio de seus representantes, detalharam à Anvisa sobre a investigação da morte do adolescente, a qual motivou a suspensão nacional da imunização na última semana. Segundo o diagnóstico, a causa da morte foi devido a um quadro clínico característico de Púrpura Trombótica Trombocitopênica (PTT), uma doença que é autoimune.
Antes que o Ministério da Saúde recuasse novamente nesta semana, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems/RS) já haviam publicado uma nota enfatizando o objetivo de imunizar os adolescentes entre 12 e 17 anos.
“Nossa intenção é seguir protegendo os adolescentes com a vacina, de forma simultânea com o avanço da dose de reforço dos idosos e completando 100% do público vacinável no RS, ou seja, todos os maiores de 18 anos”, explicou a Secretária da Saúde Arita Bergmann.
“Começamos a vacinar os adolescentes na data indicada pelo Ministério e queremos continuar, desde que tenhamos doses Pfizer disponíveis. Nosso desejo é que o MS reveja a posição tomada”. Trecho retirado da nota conjunta, fornecida pela Secretaria Estadual de Saúde (SES/RS).
Com a retomada, a SES/RS dá continuidade na distribuição de imunizantes para os municípios gaúchos. O Ministério da Saúde enfatiza que, ainda que a imunização voltou a ser liberada, os grupos vulneráveis devem continuar sendo uma prioridade, e que o Plano Nacional de Imunizações (PNI) deve ser respeitado pelos estados e municípios brasileiros.