Júlio de Castilhos
quarta-feira

22 de janeiro de 2025

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Se eu ganhasse R$1 por cada vez que ouvisse “mas aqui sempre foi assim” ou semelhantes, já estava rico. Como é complicado conviver com pessoas que não entendem que a vida é um processo de evolução. E isso vem de muito longe!

A guerra entre os homo sapiens e os neandertais durou milênios. Nós, sapiens, vencemos por sermos mais sociais e compartilharmos nossa tecnologia uns com os outros. Nos unimos e aniquilamos a outra raça. Nada mais humano que isso.

Hoje, outubro de 2021, quando escrevo essa coluna, vivemos a primeira era das redes sociais. A maioria das pessoas discordarão de mim, mas a verdade é que as futuras gerações olharão para o facebook e instagram como nós olhamos para a escravidão.

Pareceu pesado pra você? Então imagine falar mal da escravidão do século XVIII para baixo? Naquele tempo era assim!

O fato de que qualquer pessoa tem uma plataforma de mídia no seu bolso, dá a elas uma falsa impresão que suas opiniões importam por terem uma plataforma de divulgação mais ampla que simplesmente a própria voz. Mas não traz! Ninguém é especialista de tudo.

O que acontece, quase sempre, é o oposto, onde a escória, cada vez mais, espalha seus dejetos bem na nossa tela/cara.

A política do cancelamento parou de se preocupar com o show do Restart, na “falta de sacanagem”, e foi parar no judiciário, na “sacanagem pura”.

Hoje, ainda, pouca gente entende, de fato, o que significam as redes sociais. Lido com isso diariamente.

Muitas vezes chegam pedidos de divulgação de ações até mim, onde querem especificar como elas devem transcorrer porque “foi votado em equipe”.

Isso é a mesma coisa que eu e meus colegas comunicólogos nos juntar para decidir como deve proceder a campanha de vacinação ou eu tentar explicar à enfermeira como ela deve aplicar a vacina.

Mas isso ocorre porque as pessoas acreditam fielmente que compreendem o que é uma rede social.

Sabe quem compreende a rede social? Quem estuda sobre elas.

Sabe quem entende mais de rede social do que quem estuda sobre elas? Quem trabalhou em alguma plataforma do tipo.

São incontáveis os profissionais de mídia que se demitem de empresas, como a de Mark Zuckerberg, por questões éticas. Que saem para tentar alertar as pessoas que existe algo de nefasto no algoritmo ou no ranking que promove as postagens.

Não precisei ir muito longe para compreender isso. Basta ler as diretrizes de cada rede social e você pode compreender melhor. Tem quem use esse conhecimento para o bem e quem use para o mal. A questão principal está na falta de regularização de quem usa para o mal.

As redes sociais, em especial o facebook, instagram e whatsapp, mais pelas suas popularidades que qualquer outra coisa, espalham mentiras sem quase nenhuma consequência.

Como já ouvi por aí, o facebook não quer saber quem chora, ele quer vender o lenço.

A rede social não permite e não espera que o ser humano evolua, ela apenas pune. E pune para sempre! Não existe redenção e aprendizado, os valores são trocados por imagens de flores e legendas com qualquer frase onde se encaixa a palavra “resiliência” ou “gratidão”.

E depois, o que resta? O suicídio?

Isso é nada diferente das pedras que jogaram em Maria Madalena.

Por fim, mas não menos importante, normalmente quem faz sucesso nas redes sociais é quem tem muito dinheiro e “ostenta” para o mundo todo ver como é bom receber uma herança, como é bom jogar em um time de futebol bancado com trabalho escravo no Oriente Médio. Mas pior que isso, é espalhar a impressão que isso é felicidade. E isso não é felicidade!

Felicidade é você fazer o bem!

E antes que tu peça para que eu delete o meu facebook e abandone a minha carreira, a minha resposta será “não”! Seguirei defendendo aquilo que acredito, defendendo as pequenas coisas, o dia-a-dia, utilizando o que tem de bom na proximidade virtual do ser humano.

Acredito no ser humano como ser social, como aqueles sapiens que citei, não esse das redes sociais.

Quando decidirmos nos unir de novo, não iremos mais explorar a nós mesmos. Finalmente iremos ao próximo nível, o qual esperamos desde que vencemos os neandertais.

E a cidade cada vez mais violenta
Tipo Chicago nos anos quarenta
E você, cada vez mais violento
No seu apartamento ninguém fala com você…
…que tem ideias tão modernas
E é o mesmo homem que vivia nas cavernas
(“Crônica” | Engenheiros do Hawaii)

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