Júlio de Castilhos
quarta-feira

22 de janeiro de 2025

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É, a primeira palavra do Otto foi “mamãe”. Não consigo esconder a minhas frustração, me desculpem. Desde o dia que esse bebê nasceu, venho repetindo “papai, papai, papai” descontrolado e incansavelmente.

Chegamos perto algumas vezes, ele me olhou e disse “papapapa” e também “dadadada”, mas o “mamamama” virou “mamãe” e para não restar dúvidas, ele ainda repetiu algumas vezes. É mamãe!

Fazer o quê. É o preço que se paga por trabalhar tanto e dar uma vida confortável aquele ingrato.

Mas, verdade seja dita, a mãe dele merece. Elas normalmente merecem. Quem não tem filho, não sabe o trabalho absurdo e sobre humano que é cuidar de um recém nascido. Um trabalho de 24 horas por dia, durante meses, para a mãe.

O meu bebê, em especial, é muito ativo, dorme pouco e é muito carente, especialmente com a sua progenitora. Algo que ela carrega por ser tão cuidadosa.

Isso também vem ao encontro do meu reconhecimento para com a mãe foda que ela é.

Nesses 8 meses, fomos de crianças para adultos. De quase loucos, para um casal coeso que, antes de qualquer coisa, pensa no bem estar de algo maior que nós.

O começo foi tão difícil e agora nos vejo tão estáveis e compreendendo esse momento de aprendizado diário, e por isso mágico, me toma de medo do desconhecido. Preciso mantê-los seguros!

O amor que descobri nesses últimos meses é tão diferente de tudo o que já vivi que ainda não sei explicar o que é. Vou chamar de Deus.

É que talvez a busca por estabilidade emocional seja isso mesmo, um grande e intenso amor que somente o sobrenatural saiba explicar.

Parabéns a mamãe, foi merecido.

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