Júlio de Castilhos
quarta-feira

22 de janeiro de 2025

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Escolhas: “Cer umano ou ser humano”

Desde a mais tenra idade aprendemos e somos educados a escolher. Ainda criança e diante de uma situação em que o tudo não é possível somos levados a optar. “Você quer este ou aquele brinquedo? Você prefere jogar bola ou passear na casa da tia? Chocolate ou flocos? Vamos brincar de casinha ou de esconde-esconde?” O universo das escolhas nos acompanha durante toda a vida. Na adolescência, fase marcante, as escolhas ficam mais duras e realistas. Escolher entre dormir mais ou estudar. Entre aquela amizade duvidosa ou a família. Entre os prazeres irresponsáveis ou as obrigações chatas e enfadonhas. Na fase adulta, contrariamente do que se imaginava na infância e na adolescência, as escolhas são mais complexas e suas repercussões mais impactantes, senão definitivas. Decidir entre cursar Filosofia ou Matemática? Ir para a balada ou estudar para o concurso? Casar ou ficar solteiro? Ter um filho ou não? Pedir demissão ou permanecer no emprego?

Por óbvio que as escolhas da infância são uma excelente recordação depois de adulto. E as escolhas da adolescência são motivos de risos. Mas o fato é que na ‘adultice’ as coisas complicam. E não é somente pelo peso da responsabilidade, mas, sobretudo, pelas consequências que das escolhas decorrem. Vejam só: Me considero um profissional realizado e satisfeito naquilo que faço, mas o que seria se as minhas escolhas não fossem as mesmas que me trouxeram até aqui? Diante de resoluções irresponsáveis, inconsequentes, pouco pensadas, imediatas, açodadas, as consequências podem ser danosas e até irreversíveis dependendo do momento em que se vive. E haja remorso!

Mas para quem acredita que “viver em cima do muro” sem o ônus das opções ou escolhas é um bom caminho, um alerta: ruim com elas, pior sem! A omissão diante de uma escolha decorre uma falta de perspectiva. Um não sei quê que não sai de lugar nenhum chegando a algum lugar. Por conseguinte, temos que tomar “tenência” e nos decidir.

De fato, vamos escolhendo ao longo da vida. Gremista ou colorado? Cristão, ateu, umbandista, espírita, evangélico ou outro? Conservador ou liberal? Vegano, vegetariano, onívoro? Esquerda ou direita? Comunista, capitalista, socialista? Iniciativa privada ou funcionário público? Azul, vermelho, verde, rosa, amarelo, preto …..? Empregado ou patrão? Beija-flor, Mangueira, Portela, Vila Isabel….? Lula, Bolsonaro, Moro, Ciro, Daciolo…?

Diante das opções é que vemos o quanto era bom ter que escolher entre o algodão doce ou a pipoca. É claro que escolher não significa ser escolhido. As escolhas devem ser conscientes para que não estejamos a querer algo inalcançável. Mas diante de coisas factíveis a escolha deve ter uma pitada de racionalidade. Deve medir os desdobramentos, as consequências. Deve projetar o aqui e o agora, mas sobretudo o depois.

Mas parece que na atualidade muitas escolhas são fugazes, inconsequentes e imaturas. Os escolhidos (ou sem opção) estão no muro das lamentações das redes sociais. Ali todas as frustações vêm à tona na forma de publicações e postagens que chamam a atenção. Vemos CERES UMANOS e não SERES HUMANOS na realidade. Assim, dentro da humildade e da simplicidade que tanto pode ser inata como aprendida, podemos tentar ser mais humanos do que CER UMANO. É uma escolha, nada mais, e com suas consequências.

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