Júlio de Castilhos
quarta-feira

22 de janeiro de 2025

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Até que ponto nosso desejo de ter acaba prejudicando nosso ato de ser?

O verbo ter significa o desejo de possuir, de se destacar socialmente, de nos mostrarmos bem-sucedidos e alcançar o respeito de todos.

Naturalmente, isso é importante. Desenvolvermos nossa capacidade de vencer na vida material é relevante, entretanto, até que ponto para isso devemos nos descuidar de tudo o que afeta nossa essência?

Quando me refiro ao ser, me refiro a nossa essência mais profunda.  A tudo que somos independentemente do que temos. Nossos princípios, nossos valores, nossos sentimentos e nossa visão da vida e de nós mesmos.

Ter é muito mais fácil do que ser. Muitas vezes podemos comprar o que queremos ter, mas jamais podemos comprar quem desejamos nos tornar. Quem esquece a si mesmo para ter a qualquer custo, perde sua própria alma e sua identidade.

A diferença entre Ser e Ter, embora óbvia, é bastante confundida. Geralmente quando se pergunta a alguém quem ela é, geralmente respondem o que ela faz e tem. 

Ser é existir, é ser humano ou ser vivo. 

Ter pode significar muita coisa e é relativo, ninguém tem mais do que a própria individualidade, embora muitos pensem ter os outros, ter bens materiais, ter poder.

Em alguns momentos, por conta da busca desenfreada para obter conquistas na vida, deixamos de enxergar o que realmente é importante.

Não percebemos que o TER é algo relativo, que pode ter prazo de validade por um tempo determinado ou acabar quando menos esperamos. Enquanto o SER é consistente e duradouro.

Vivemos um impasse, pois o tempo do Ser cede de modo crescente espaço para o domínio do Ter. Esvazia-se, os valores subjetivos na troca pelos valores de posses de bens materiais.

Acredito que é possível sermos enquanto temos.

O ter saudável só acontece quando é reflexo de um ser que se reconhece, de um ser de valores autênticos, que tem certeza dos seus princípios e tem como essência a real simplicidade e humildade.

Portanto, cuide-se: não perca a sua identidade, sua autoestima, seus valores mais profundos para ter. Pois tudo o que temos hoje, podemos não ter amanhã.  Mas, aquele que é, nunca vai deixar de ser quem realmente se tornou. É uma conquista eterna, que não perdemos.

Procure sempre equilibrar essa balança e sua vida lhe agradecerá!

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