Uma das preocupações para quem tem o privilégio de expressar as suas ideias e suas opiniões em um veículo de comunicação, sem dúvida, é o assunto a ser tratado. Por óbvio que muitas vezes parece que as notícias são tantas, os acontecimentos são múltiplos e os pensamentos são vastos que fica difícil escolher um assunto, tão somente.
Penso na colcha de retalho que seria um artigo que tentasse dar conta de tudo um pouco. Digo isso porque os últimos dias têm sido abundantes e férteis: São os EUA saindo do Afeganistão e o Talibã tomando conta. É a China estendendo seus tentáculos e a OTAN fazendo reunião. É o Messi indo para o PSG e o meu time afundado na vice lanterna. É a gasolina nas alturas e a falta de comida na Venezuela. É o STF acusando, investigando e condenando e o Congresso se fazendo de morto. É o frio que vai e volta e testa nossa saúde e é o COVID que não respeita a vacina. É a fadinha que voa em um skate e a apreensão de mais uma carga de drogas ilícitas. É o médico investigado por abuso sexual de mulheres e a mãe que mata o próprio filho. É a tabela do IR que continua inerte e a inflação que começa o trote. São os antagônicos nas redes sociais e os golpes eletrônicos campeando. São as operadoras de telemarketing que arrebentam a nossa paciência e os boquirrotos de plantão. Enfim, certamente que a lista iria se estender “ad infinitum”, mas melhor é concentrar em algo.
Nesta miríade destaco o caso da mãe e de sua companheira que (ao que tudo indica a confissão) mataram um menino indefeso. Não fosse o fato um ato bárbaro e atroz, surgem informações de que antes do crime a criança era submetida a tortura física e psicológica (foram encontradas roupas com sangue dele, corrente, cadeado, caderno com castigos, áudios de ameaças, etc). É quase impensável que em pleno curso do século 21 esses acontecimentos ocorram e se repitam (vide caso Isabella Nardoni, Bernardo Uglione e Rafael Winques, entre outros). Mas a mente humana quem há de entender ou decifrar?
Talvez o mais revoltante nesses casos é o fato de que quem deveria proteger acaba por impor situações de dor, sofrimento e até a morte. Outra observação que tem levado à consideração da brutalidade é que em geral esses crimes são cometidos em função de coisas banais ou até mesmo sem importância, por mero capricho.
Quando ligamos o que aconteceu com o menino Miguel a um outro fato ocorrido em Campinas onde um garoto de 11 anos era mantido preso por mais de um mês em um barril vemos que a crueldade é algo ainda presente em nossa sociedade. Há um limite? Sim, talvez haja um basta quando a sociedade humana comece, de fato, a se preocupar com o semelhante. Não dá para acreditar que haja governos, sociedades ou pessoas que aceitem, placidamente, a violência de qualquer natureza.
Mas enquanto isso os Talibãs fazem toda a sorte de atrocidades e ainda ganham apoio de certas pessoas. Mas tomara que novos tempos nos tragam boas novas e sem o peso da maldade haveremos de perguntar: E daí, qual é a boa?