Júlio de Castilhos
quarta-feira

22 de janeiro de 2025

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Do remoto ao presencial: enfim a volta!

Retornei, depois de quase dois anos de ensino remoto (ou home-office), para o ensino presencial, ou seja, estou de volta à sala de aula com aquele monte de olhos brilhando e sequiosos de vida, de conhecimento e de esperança. Óbvio que o tempo que passei em casa foram diferentes. Foi tudo novo (não somente para mim, professor). A gestão teve que se refazer, os alunos tiveram que se adaptar, pais tiveram que entender, enfim, nada como foi como dantes no quartel de Abrantes.

O ensino remoto, tal como aconteceu em nosso país, foi aquela coisa tipo jabuticaba: só existe aqui e em nenhum outro lugar. Prevaleceu o improviso, o vamos-que-vamos e o “jeitinho brasileiro”. Alguns sistemas de ensino não reprovaram ninguém (se não avaliaram, como saber se funcionou?) Outros sistemas fizeram de conta que ensinaram, os alunos fizeram de conta que aprenderam e a sociedade fez de conta que tudo estava bem. Alguns sistemas deram duro! Se empenharam. Suaram a camiseta, mas ao fim e ao cabo prevaleceu o paternalismo e a letargia que contagia nossa sociedade. Aqueles que efetivamente se superaram, estão colhendo os louros de uma forma de ensinar diferente, moderna, conectada aos novos tempos, que incentiva o autodidatismo e que aproveita as possibilidades geradas pelas tecnologias digitais.

Mas o home-office na educação veio, sobretudo para ensinar. Ensinar que uma outra forma de educação é possível. Não totalmente à distância, mas híbrida, aproveitando o que o ensino presencial tem de bom, útil e necessário com o ensino à distância. O momento é mais do que oportuno para que os cérebros ligados aos planejamentos e políticas educacionais repensem as formas de como ensinamos e de como aprendemos. É claro que nessa reflexão em primeiro lugar se deva pensar na questão infra estrutural, afinal não vamos querer que uma educação à distância vá funcionar com sistema de transmissão de dados lerdos, dispositivos ultrapassados e professores e alunos tendo que bancar tudo isso com parcos recursos financeiros, com escolas que sequer tem dinheiro para bancar o papel higiênico.

A volta foi maravilhosa. Excetuando-se a máscara que tira um pouco da personalidade das pessoas e que particularmente me causa tonturas por conta da reabsorção do gás carbônico, do álcool gel (fundamental) que irrita minhas mãos muito mais do que o giz e do distanciamento que esfria os relacionamentos e que constrange nossa índole latina, no mais tudo bem.

Há quem diga que os melhores ensinamentos são aqueles colhidos em tempos difíceis. A educação na pandemia foi algo que chamou a atenção, deu muito o que falar e, se Deus quiser, há de promover um novo olhar e muitas mais considerações e meditações. Mas como diria a sabedoria popular: “Vão-se os anéis, ficam os dedos”!  Na alegria, eu canto: “Eu voltei agora pra ficar. Porque aqui, aqui é meu lugar. Eu voltei pras coisas que eu deixei. Eu voltei.”

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