E chega a hora de voltar às aulas. Voltar ao normal. Mas o que seria este “normal”? As coisas mudaram (e ainda estão mudando) e ninguém realmente sabe ainda como será o amanhã. O que muitos podem e estão fazendo é se preparar para este “novo normal” da melhor maneira possível, seguindo mínimas regras de segurança e distanciamento físico, em prol da saúde de todos.
Proporcionar um espaço harmonioso e experiências prazerosas fará dessa retomada uma memória afetiva com registro privilegiado para a comunidade escolar.
O preparo emocional é tão importante quanto os protocolos sanitários na retomada às aulas pós-pandemia, afinal, esse período singular que vivenciamos de isolamento social fez com que mudássemos nossas vidas: rotina e espaço de trabalho, atendimento aos alunos e familiares, orientações aos educadores para as aulas remotas e muito mais!
As escolas já estão se preparando para receber seus alunos, não da mesma maneira como retornavam das férias, mas com uma experiência vivida que pode ter deixado diversos impactos negativos, não apenas na aprendizagem, mas no desenvolvimento sócio emocional causado pelo isolamento social e distanciamento escolar.
O primeiro ponto a ser pensado é que neste momento os sentimentos deverão ser acolhidos, e a maneiracomo isso será feito será primordial para tudo o que virá depois. Diversos são os motivos para o acolhimento, nossas crianças passaram por experiências de luto próximas a elas, de familiares, amigos e pessoas conhecidas, e as perdas vividas precisam ser tratadas de maneira especial.
As mudanças de rotina que ocorreram, em suas vidas e na vida dos pais, irão novamente se transformar. Se foi difícil de repente estarem todos em casa, mudar a rotina novamente, e se ausentar da segurança que o lar representa, pode também gerar alguns impactos. Principalmente aos menores, todo um período de readaptação à escola e de afastamento dos pais terá que ser feito novamente.
A melhor forma de acolher os pequenos é ajudá-los a lidar com os próprios sentimentos, através de momentos de conversa, de escuta individual e coletiva. Não minimize o sentimento da criança. Zelar pela segurança e pela saúde dentro da escola trará para eles também mais confiança e segurança.
A escola deverá ser divertida, um lugar agradável para estar, por mais responsabilidades que se tenha dentro dela, o lúdico deve estar sempre presente, os jogos, a música, as brincadeiras.
Neste momento, os pais devem ser um grande aliado da escola, e essa aproximação é fundamental para que tudo dê certo, tanto em relação aos cuidados necessários para que a pandemia se mantenha controlada, como para que as questões emocionais das crianças possam ser trabalhadas.
O professor é uma figura fundamental, é o que está mais próximo fisicamente e emocionalmente da criança, é ele que ela irá procurar se sentir-se insegura ou desconfortável. Este deve sempre estar atento ao comportamento de seus alunos, bem como ao desempenho escolar, e se necessário, juntamente com a família, encaminhar para profissionais que poderão ajudá-los.
É ainda importante desenvolver a empatia dos alunos, ser tolerante em relação aos conteúdos a serem cumpridos, rever as expectativas e objetivos para o semestre letivo. Avaliar o aluno, observar os que necessitam de maior apoio pedagógico, verificar conteúdos e disciplinas a serem priorizados, pensar atividades e estratégias para repor aquilo que não foi alcançado é também papel do professor.
Sabemos que a continuidade no ensino é pauta e preocupação constante dos educadores, desafios da volta às aulas.
Enfim, reforce os combinados de convivência, a importância da corresponsabilidade e das relações pautadas na afetividade, no diálogo e na prática constante da gratidão!
Neste momento, é importante nos alimentarmos de coragem e bravura para recomeçar!