O título que ilustra o artigo, por óbvio, leva a memória do leitor para um clássico da ficção científica. Nele, um cientista viaja no tempo, indo e vindo do presente ao passado e para o futuro. Alguns paradoxos risíveis são inevitáveis como o de um protagonista que vê o seu avô namorando a sua avó e depois tomando o pai, ainda bebê, em seus braços.
Mas, não muito longe da fantasia, os rumos políticos do nosso país parecem roteiro de um filme já visto ou ficção barata, tipo “trash” (Zé do Caixão & Cia). Na atual conjuntura a chamada Terceira Via parece um zumbi: Não sabe o que é e no final nem sabe de onde veio. No fundo, a Terceira Via está apenas servindo para polarizar ainda mais os rumos da política nacional.
Enquanto a situação toma aconselhamentos com a Transilvânia, a oposição aposta no milagre da ressuscitação. O sobrevivente do julgamento de Pôncio Pilatos joga todas as fichas na capacidade do eleitor brasileiro de ter Alzheimer.
Do outro lado, a banca casa no fantasma do comunismo, trazendo as almas penadas dos Gorilas de volta. Nos recantos estaduais, o “margarina” e o “leite condensado” travam uma disputa interna que pode azedar. Mas nada que assuste o Vingador do Futuro (que teima em reeditar o passado) ou o Lobisomem (cuja estaca foi arrancada pelos exorcistas do Superior Tribuno Fantasmagórico).
Por falar em figuras proeminentes e pardas, um Stalin, tipo o Tio Fester Adams, quer aparecer mais do que brigadeiro em festa infantil. Por enquanto, nenhum Volverine ou Robin Hood à vista, tampouco um Superman.
Ao que tudo indica a batalha entre os Deuses do Olimpo e os Heróis deve continuar, sob o olhar embasbacado dos Centauros e das Sereias. Sim, o momento político de nosso país é algo complexo, complicado, mas também é picolé de chuchu. Não deixa de ser um café requentado, cujo gosto todos já conhecem, mas que ninguém gosta.
Ano que vem tem eleição. O horizonte não é dos melhores, mas como já disseram: É o que temos! Diante da mesmice, ainda prefiro um filme de ficção científica, tipo “A chegada” ou “Interestelar”. E segue o baile! (De máscara e sem aglomeração).