Júlio de Castilhos
quarta-feira

22 de janeiro de 2025

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Crianças adultas ou adultos em miniatura?

Salão de beleza, salto alto e uma agenda lotada de compromissos. Isso também faz parte do dia a dia de algumas crianças, que sofrem com a adultização infantil.

O problema é que elas deixam de vivenciar a infância verdadeira e isso traz consequências negativas ao seu desenvolvimento.

A adultização infantil é a aceleração das fases da vida, sem dar espaço para que a criança viva esse período e, depois, a adolescência, como deve ser. É dar a ela uma estimulação inadequada, levando-a a entrar no mundo adulto, antes de estar com o desenvolvimento físico e psicológico completos.

Issol é um problema poistodas as fases pelas quais uma pessoa passa, desde seu nascimento, dão a ela experiência e preparação para o mundo adulto. Não experimentar isso causa falhas no desenvolvimento emocional infantil e pode resultar em angústia, estresse, depressão e crises de identidade.

A criança que não aproveita a infância pode se tornar um adulto infantilizado. Por sentir falta de não ter vivido alguns processos, passa a ter comportamentos infantis e uma baixa inteligência emocional.

Isso acontece sem a gente nem perceber. Nós a levamos junto quando vamos ao salão de beleza. Depois, deixamos que participe daquelas conversas sérias, nas quais precisamos resolver problemas da vida de adulto.

Queremos o melhor para nossos filhos e sabemos que a vida profissional anda cada vez mais complicada. É muita concorrência, muita exigência, e é preciso ter um diferencial para se dar  bem. Isso nos faz investir, desde cedo, em uma educação excelente, deixando as crianças com a agenda cheia de compromissos.

Nessa fase, a meninada necessita de um período livre para brincar e exercer a criatividade. Precisa de desenhos e filmes infantis e de um tempo com qualidade com a família.

Muitas vezes, a maneira como reagimos e interagimos com os pequenos estimula ou valida comportamentos.

Por exemplo, ver a garotinha toda maquiada e fazer a ela elogios é um modo de incentivar e aprovar essa atitude, reforçando tal comportamento. Ela entende que isso é legal e passará a fazer mais vezes.

Dizer ao garotinho que ele é o “homem da casa” também não costuma ser legal, pois coloca um peso e uma exigência em cima dele, levando-o a assumir papéis para os quais ainda não está preparado.

O ideal é abordar o tema com naturalidade e mostrar a elas os benefícios de brincar e de aproveitar a infância. Também, podemos apresentar isso por meio de atitudes, como a de promover um ambiente propício a brincadeiras e ao universo infantil. Assistir a filmes, contar histórias e ter brinquedos já é um excelente começo.

Nossa sociedade está em constante transformação. Conforme cada um de nós adquire conhecimentos sobre a vida e desenvolve diferentes maneiras de se relacionar, é comum nossa visão dos relacionamentos se transformar. No entanto, isso nem sempre acontece para o bem.

O que se tem percebido é que os adultos estão numa luta interior constante para não amadurecer, já as crianças, influenciadas pela sociedade, mídia, moda e infinitas cobranças, veem-se forçadas a ser mais adultas cada vez mais precocemente.

Estamos vivenciando um tempo estranho e pouco confiável onde os adultos estão infantilizados e as crianças adultizadas.

A adultização infantil não é um processo natural, já que a criança precisa passar por todas as fases do desenvolvimento para ter uma vida saudável. Por isso, não podemos deixar morrer toda a magia que existe do mundo da criança.

A infância é um tesouro que deve sempre ser preservado. Garantir que nossos  filhos sejam crianças é uma das melhores coisas que podemos fazer por eles.

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