A Cooperativa Agropecuária de Júlio de Castilhos (COTRIJUC) confirmou que fará investimentos de R$27 milhões, em busca de seguir ampliando serviços e também pelo resultado positivo na safra de grãos neste ano. Nos últimos cinco anos, a média de investimento era de R$10 milhões anuais, incluindo a compra de silos da Estatal Cesa, e o valor de investimento atual demonstra um aumento expressivo na expansão.
Na fala para o Diário de Santa Maria, o presidente da COTRIJUC, Caio Vianna, diz que R$12 milhões do investimento serão destinados para a construção de uma fábrica de rações, que será iniciada em breve na área industrial do município de Júlio de Castilhos.
– A previsão é que as obras durem um ano e que sejam criados de 30 a 40 empregos na fábrica de rações. Não vai ser mais porque ela será muito automatizada.
Além da fábrica, a construção de silos nas várias unidades de atuação da cooperativa terão R$15 milhões de investimentos aplicados, aumentando a capacidade de armazenamento de grãos da COTRIJUC, de 4,1 milhões de sacas, passando para 4,5 milhões de sacas que podem ser armazenadas.
A cooperativa possui cerca de 300 funcionários e 3,8 mil associados, e tem silos nos municípios de Júlio de Castilhos, Pinhal Grande, Ivorá, Itaara, São Martinho da Serra, Tupanciretã, Quevedos e Santa Maria.
Comercialização da soja
Segundo Caio Vianna, cerca de metade da safra de soja já foi comercializada e exportada pelo porto de Rio Grande. Devido ao investimento na duplicação do terminal ferroviário feito pela Cotrijuc no ano passado, em 2021 o transporte de soja através dos trens obteve crescimento. Esse fator explica o motivo das estradas não estarem com volume significativo de caminhões mesmo com a safra tendo bons resultados.
De acordo com a avaliação do presidente da cooperativa, mesmo que a situação seja variada para a realidade de cada produtor, na média, os agricultores se recuperaram e conseguiram ter um equilíbrio das perdas que a seca da safra anterior provocou. A recuperação pode ser ligada à produtividade média na região, que se encontra em 54 sacas de soja por hectare, com os preços na faixa de R$160.
– Em 2020, foram 12 milhões de toneladas de soja no Estado e, este ano, quase 22 milhões de toneladas colhidas. No ano passado, a média geral de preços ficou entre R$ 80 e R$ 90 por saca. Cerca de 35% desta safra agora foi comercializada ainda em 2020 na faixa de R$ 108 a saca para entrega agora em maio. Então, com a saca a R$ 160, dá para colocar que a safra vai ser comercializada a R$ 140, na média geral. Isso significa que, este ano, vai triplicar o valor da safra circulando no Estado, o que é um valor muito expressivo para a economia gaúcha – comentou Caio Vianna para o Diário de Santa Maria. Vianna também é presidente da CCGL, responsável pelos terminais de exportação de grãos em Rio Grande e pela fábrica de laticínios no município de Cruz Alta.
O presidente da cooperativa cita ainda a comercialização de soja antecipada, chamada de “preços futuros”. Há 15 dias, produtores negociaram a saca de soja, com entrega prevista para maio de 2022, de R$150 para R$160, porém devido à queda da Bolsa de Chicago, os valores da venda caíram.