Não se conseguiu saber, até o momento, quem construiu esse belo prédio da Rua João Pessoa n° 226, na época de sua construção. Nem quem foi seu primeiro proprietário.
Sabe-se que em 18 de março de 1927, pertencia a Nicolau Toffoli Culau. Em 14 de agosto de 1947, a seu filho Hermenegildo Toffoli Culau e que em 15 de abril de 1950 foi vendida a José Hausen Mothci.
A casa passou dele a uma SOCIEDADE SERRANA DE CEREAIS LTDA que teve como Presidente Félix Lombardo e sócios José Carquia, Tasso Castilhos de Araújo Lopes, Sady Del Fabro, Salvador Quevedo, Helmuth Holweg, José Rachewski, José Hausen Mothci, Odinor Kellermann, Olinto Batistella, Franklin Batistella, Dulcemar Ribas, Jehova Ribas e Arisoli Tim.
Representada por José Hausen Mothci, em 10 de maio de 1951, ela foi vendida a Odinor Kellermann, que adquiriu as partes dos outros sócios.
Como existe na fachada fronteira da Casa Mauá a data 1918 depreende-se que seria o ano do término da construção. Segundo o pesquisador Luiz Salles, ela teria sido construída por João Pedro Zavagna (Joanim). Ele seria, provavelmente, o construtor, mas não o proprietário do prédio.
Soube-se mais que, ao redor de 1930, Elpídio Marcial Borges, casado com Helenita Bastos Borges teve loja nessa casa e que o pai dela, Lahyre Bastos (futuro prefeito) ajudava a atendê-la.
Resta-nos, portanto, render uma justa homenagem póstuma ao Seu Odinor, sabendo alguma coisa sobre sua Existência:
Seu Odinor Kellermann nasceu em Soledade, em 16 de fevereiro de 1920. Veio para Júlio de Castilhos, de Jacuizinho, com oito anos, para a casa de seu tio, Mazarino Garcez, para estudar. Com dez anos, começou a trabalhar como empregado do engarrafamento de bebidas de Carlos Batistella, ganhando 80 mil réis. Em 1945, trabalhou na Comercial Popular Ltda, ganhando 90 mil réis. Com 28 anos, foi trabalhar naquela Sociedade Serrana, ganhando já um conto de réis (mil mil réis).
Em 1952, ele casou com Geny Rigol Pinto e teve início a tradicional CASA MAUÁ com a venda de secos e molhados. Mais tarde passou a bazar e brinquedos. Eles foram, por cerca de 65 anos, os proprietários da Casa Mauá.
Seu Odinor foi um homem sem ambições pessoais ou materiais, visando apenas servir seus semelhantes, com dedicação, seriedade e honestidade. Com seu profícuo e incessante trabalho integrado ao comércio e à comunidade, ele passou da Existência para a Vida em, em Cruz Alta, em 20 de agosto de 2012.
Dona Geny resolveu encerrar a atividade da Casa Mauá. Reformou o interior do artístico prédio, fez pequenas alterações na fachada e alugou-a.