Olá, leitor! Esta é mais uma edição do Semanário Regional. Na capa desta edição, você confere um pouco sobre as mudanças na agricultura com o retorno das chuvas nas últimas semanas. Às vezes, com o ritmo de várias matérias e pautas, nós podemos até cair naquela percepção de que é, realmente, apenas uma notícia. Mas não. Nós temos vínculo com aquilo que está acontecendo, e isso me fez pensar.
Na matéria, um dos parágrafos fala do aumento dos níveis dos rios e açudes aqui na nossa região. Isso me faz lembrar de várias observações, principalmente durante viagens. Toda vez que vamos viajar para visitar nossa família em outra cidade, passamos por várias lavouras, propriedades e açudes. Aqui perto de onde eu moro tem um bem especial: ele tem formato de coração. Não sei dizer se é esse realmente o formato visto de cima, mas é um coração quando é visto de dentro da janela do carro quando passo por ele nos finais de semana de viagem. Toda vez, ouvindo música nos fones de ouvido e pensando sobre a vida, passei por aquele açude de formato peculiar e senti um carinho. Da vida? Talvez. Só sei que ali se estabelece um vínculo – que foi “machucado” quando, no ano passado, passei pelo mesmo lugar e vi o açude seco.
Talvez nós não saibamos dimensionar algumas coisas até passar por elas. Talvez, para mim, é mais simples escrever sobre a estiagem quando não tenho uma safra para cuidar e para, infelizmente, contabilizar prejuízos. Assim como talvez era “só uma notícia” quando via na TV sobre estiagem, até passar por aquele açude e realmente sentir os efeitos na natureza. E não era só naquele lugar: existe outro açude perto dali que uma vez passei quando viajava para Júlio de Castilhos numa manhã muito gelada. No meio da viagem precisei parar o carro para pegar mais um par de meias no porta-malas, quando vi aquele açude brilhante com o sol já de pé e uma camada de cerração voando acima dele. Foi lindo e precisei parar para registrar. Muito possivelmente esse lugar também teve sua beleza “interrompida” pelos efeitos da seca, assim como uma cachoeira aqui nas proximidades que já não tem mais a mesma força da água que tinha antes e as fotos já não ficam iguais, e banhar-se embaixo da água caindo já não teria mais a mesma sensação. Ou seja… nunca é só mais um lugar por aí, ou mais uma notícia. São nossos vínculos, ou os vínculos de alguém.
Ao escrever isso sinto gratidão por saber que podemos ver tantas possibilidades de sentir a vida especial ao nosso redor, mesmo nos pequenos detalhes e inclusive nos momentos não tão bons.
Ficamos por aqui, leitor! Aproveite o nosso jornal. Até a próxima!