Diversas pessoas me telefonaram felizes por encontrar parentes e pessoas conhecidas e gostaram de saber como era o Carnaval naquele tempo. Assim que volto a falar do mesmo assunto e a resgatar a memória de vários castilhense que viveram na Vila de Júlio de Castilhos naquele tempo. Vila sim, pois Júlio só recebeu os foros de cidade em 1939. A foto é do carnaval de 1937, quando eu era um piazinho de 7 anos e morava numa estaçãozinha no meio do campo, onde só tinha a estação, onde meu pai era o agente, e a casa do Guarda-Chaves.
Dessa vez tenho até o nome do bloco carnavalesco. Era B.C. “Turma do Samba”. Atrás da foto está o nome de todos que aí estão e uma explicação: “Enfezou em 6, 7, 8 e 9 de fevereiro”. Enfezar naquele tempo era pular acompanhando os sambas e as marchinhas de carnaval.
- José Rosa Waihrich, o pai do Chiquinho e do Beto da Judite Trevisan.
- José Hausen Mothci, pai da Marília do General, que casaria com a Dona Arminda. Em 1932, Seu Mothci, tinha uma empresa que construiu vários trechos de calçamento nos cruzamento das ruas. Os primeiros e estreitos calçamentos que permitia que as pessoas não se embarrassem ao atravessar as ruas. Foi também Diretor do jornal do Seu Miguel, o Correio do Estado fundado em 38 e fundador e ótimo jogador do Tênis Club Castilhense em 1933.
- Serafim Gomes foi o primeiro marido da Ailema Ribas, filha do seu Júlio Ribas.
- Carlos Machado. Não sei quem seria esse folião de 37.
- Clemenceau Ortiz deveria ser da gente do Isidro Ortiz que foi barbeiro e um dos fundadores do SC Brazil em 1913.
- Galileu Laureano Soares, o filho da Dona Adija, a doceira que morava onde é o Maiara. Ele foi, em 33, o Amanuense do Conselho Consultivo de JdC. Amanuense naquele tempo era o Secretário e o Conselho Consultivo era a Câmara de Vereadores.
- Néris Negris. Esse cara era um grande passador de trotes naquele tempo. Uma vez, ele viu que o barbeiro João Risada atravessou a rua e que um viajante entrou na barbearia. Foi lá, pediu desculpas e vestiu o guardo-pó e ensaboou toda a cara do viajante e saiu. Minutos depois, o barbeiro voltou e comentou: “O senhor está com muita pressa, já se ensaboou!”.
- Alceu Ribas. Meu grande amigo. Foi vereador e tem até nome de rua na Vila Independência.
- Araci Gehem deve ser parente do Seu Nico Gehem Pimenta, pai do Suta.
- A Zilá Fogaça era filha do Murilo e da Mariana Fogaça que moravam numa casa na Fernando Abbott, que eu tive de demolir para construir a nossa casa.
- Julieta Waihrich. Minha querida amiga Dona Julietinha, casada com o Seu Eurico Haimboeck (outro que tem nome de rua na Independência). Eram pais da Marlene, da Beatriz, do Ronaldo e do Haroldo da Vânia. Não vou esquecer a Dona Júlietinha. Quando eu cheguei a Júlio eu parava no Hotel do Seu Pedrinho e tinha consultório onde é o Zapeline e a Dona Julieta morava na esquina perto do Maria Rainha. Quando chovia, ela mandava a Beatriz me chamar para tomar o café da tarde com um gostoso pão-de-centeio. Que Deus tenha esse bondoso e inesquecível casal em um bom lugar em seu reino. Seu Eurico era o técnico que me consertava tudo no consultório, principalmente a primeira turbina de Júlio de Castilhos Ele nunca me cobrou nada e passei a não cobrar nada pelo atendimento de seus filhos.
- Mimosa Waihrich. Era muito bonita, mãe do Alexandre da Dora. Casa com o agrônomo Félix Maria Fernandes que também tem nome de rua.
- Alaíde Ribas fazia parte de um grupo de teatro amador. Em 1921, esse grupo dirigido por Lourival Hausen, avô da Berenice do Alceu, levou a famosa peça Fabiola. No elenco estava também a Dona Cita do Seu Tancredo Bañolas, a menina Alveny Pinto que casaria com o Seu Odilon Andrade pais da Dalvinha e Brandina Souza, avó da Angélica do Cajo. Essa Angélica quando guria foi minha paciente. Mais paciente era eu que tinha de aguentar sempre a mesma pergunta quando vinha com um instrumental pro lado dela: “Que qu´isso?” Pobre do Cajo!!!