Júlio de Castilhos
quarta-feira

22 de janeiro de 2025

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Caminhoneiros obstruem rodovias em pelo menos 15 estados brasileiros

A paralisação dos caminhões nas rodovias gerou desabastecimento em várias regiões do país

Nessa quarta-feira (08), após o Dia da Independência (7 de setembro) ter sido marcado por diversas manifestações favoráveis ao atual governo brasileiro, foi a vez dos caminhoneiros fazerem suas manifestações.  Os protestos iniciaram motivados pelos atos ocorridos no feriado, e entre as principais pautas que envolvem os grupos, os manifestantes cobram a redução do ICMS, imposto estadual que afeta o preço dos combustíveis, o voto impresso e a renúncia de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Foram registradas manifestações dos grupos em pelo menos 15 estados brasileiros: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia. Maranhão, Roraima, Pernambuco e Pará.  No Rio Grande do Sul, muitos dos grupos se dirigiram às rodovias em apoio ao atual Presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Há informações de que, em alguns trechos de rodovia, na Serra gaúcha, no km 64 da RS-122 em Caxias do Sul, houve a interrupção do trânsito por alguns momentos. Caminhões que passaram pelo local eram retidos, mas a passagem de carros e motos estava liberada.  De acordo com informações da Folha do Noroeste, houve manifestações de caminhoneiros também no Km-192 e na BR-158, em Cruz Alta. Desde o feriado, o grupo estava em um dos trevos de acesso ao município, convidando outros caminhoneiros que transitavam a pararem no posto do local e se juntarem ao protesto.  

A obstrução das rodovias e a paralisação dos grupos de caminhoneiros, além de enfatizarem os protestos em apoio ao Governo Bolsonaro, causaram preocupações no setor econômico e de abastecimento. Nesta quinta-feira (09), postos de gasolina de diversas regiões do estado do Rio Grande do Sul e do Brasil tiveram maiores movimentações de veículos buscando completar os tanques de seus veículos. Na Região Metropolitana, foram registradas filas em um posto de gasolina ainda durante a madrugada, e o estado de Santa Catarina tem mais da metade dos postos sem combustível em um de seus municípios. O desabastecimento de combustível nos postos já era uma preocupação quando iniciaram as paralisações. Além de ocasionar o fornecimento comprometido de gasolina e diesel em algumas regiões do Brasil, outra preocupação era o abastecimento dos supermercados. Para que as estradas em fossem liberadas e os veículos levassem os insumos até as cidades, o Ministério da Infraestrutura informou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) atuou para interromper a mobilização nas rodovias em pelo menos oito estados, com o objetivo de que fossem liberadas até a meia noite de quinta-feira.

Diante das paralizações e do bloqueio das estradas, o presidente Jair Bolsonaro gravou um áudio o qual foi enviado para os apoiadores. Em sua fala, Bolsonaro pedia para que os caminhoneiros interrompessem os bloqueios registrados em 15 estados. “Reconheço o trabalho que eles fazem, mas acredito que a paralisação não interessa a nenhum de nós”, enfatizando ainda que a ação atrapalha a economia no país. Nesta quinta-feira, o Presidente da República, reuniu-se com representantes dos grupos dos caminhoneiros em Brasília, no Palácio do Planalto, para debater o bloqueio das rodovias.

As últimas informações sobre o bloqueio indicam que trechos no Rio Grande do Sul como o km 415 da BR 153, em Cachoeira do Sul, e a RSC-453 (Rota do Sol), em Caxias do Sul, na Serra, que haviam sido totalmente bloqueados, começaram a ser desocupados assim como em outras regiões do país, motivadas principalmente pelo pedido do presidente aos apoiadores.

As consequências para a economia são receosas relembrando o episódio da greve dos caminhoneiros ocorrida em 2018. Com a parada generalizada motivada pelo preço do diesel e no tabelamento do frete, segundo o G1, a greve fez cair 10,9% da produção industrial do Brasil no mês de maio, e 5% no setor de serviços. Com a paralisação deste ano, os resultados das manifestações ainda são incertos, ainda que já seja esperado que prejudiquem a atividade econômica do mês de setembro em meio à crise política.

Fila em posto de gasolina na Região Metropolitana, durante a madrugada. Foto: Jonathas Costa
Novo Hamburgo – Ubiratan Júnior/GES-Especial
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