Júlio de Castilhos
quarta-feira

22 de janeiro de 2025

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O primeiro carro-de-praça da Vila de Júlio de Castilhos era o de Manuel João. Era tirado a cavalo e pertencia a Manuel João de Souza Maciel. 

Mas o primeiro automóvel de Júlio foi o de Carlitos Fumagalli, um Studbacker de sete lugares que custou 6 contos de réis e foi introduzido na Vila em 1912.

Entre os primeiros motoristas de praça está Seu Cyrus Bastos, tio da Mavys, que foi homenageado com o nome de uma rua. Ele era o dono desse Chevrolet Pavão, 1928 ou 29, que aí aparece, em 1931, atolado no Passo da Fazenda do Areal. Vejam a trabalheira que deu para retirar o carro. Da Vila, vieram pessoas para ajudar na ingrata tarefa e outros para ver o sucedido e solidarizar- se com o Seu Cyrus, que era pai do Vitey Bastos, casado com a Angelina Morosini e da Vilba Coelho que casou com o Promotor Walter Coelho. Eu batizei um filho deles. (Vitey foi o inventor da espingarda). Esse passo era de pura areia e, quando apagava o motor na travessia, acabava atolando. Foi o que aconteceu. Tinham de esperar passar a chuva e baixar a água. Com pás davam uma desenterrada do veículo e armavam um tripé de ferro onde prendiam correntes e com um sistema de cabos diferenciais e roldanas o erguiam. Mas, vamos ver quem eram os personagens dessa “tragédia”: * O de pá era um peão da Fazenda vizinha. * O de piteira era o Seu Cyrus Bastos. * O seguinte era conhecido como Pantaleão Mentira. * O de branco era o Godofredo Kaercher, da Copa do Félix da Cunha, casado com a Dona Lourdes, que foi a primeira que alugou o Hotel Guacupi, na esquina da Praça. Esse hotel que o Bernardo Dalla Corte me garantiu que até o fim daquele ano da compra iria começar a reforma para um novo hotel na cidade. E foi verdade, ele já começou a reforma e lhe dou os parabéns, pois eu julgo ser esse prédio um monumento à generosidade castilhense. Pois ele foi erguido com uma sociedade por cotas de centenas de pessoas. Até eu, que era pão-duro contribuí. O Seu Victor praticamente doou o prédio que existia por um valor simbólico e a Prefeitura do Mileno contribuiu com um apreciável valor para a conclusão da obra. * O homem de capote, que mal aparece, é o Júlio Perdomo, mais conhecido como Lico, que parece que era vendedor de bilhete de loteria.

Para terminar o Naquele Tempo de hoje, vou contar a vocês como foi a primeira viagem de automóvel feita da Vila até Porto Alegre. Ela foi feita pelo Dr. Valença, um médico de Júlio, lá em 1920. Naquele tempo, ele saiu pela estrada que ia a Tupan, entrou pela Fepagro e foi até o Ivaí-de-baixo para passar a barca e ir a Cruz Alta. De lá foi a Soledade, Venâncio Aires, Triunfo, São Leopoldo até chegar à Capital. Percorreu 550 km, com muita paciência, durante 50 horas, O automóvel era um Ford Double Phaeton que custava 4 contos de réis. Esse “auto” tinha pouco peso, mecanismo simples e prático e um chassis com muita elasticidade que suportou perfeitamente os bruscos e repetidos acidentes das estradas de chão daquele tempo. Ele levava uma carga de 500 kg e gastou 7 latas de gasolina, uns 126 litros, e mais 3 litros de óleo. Naquele tempo a gasolina vinha em latas de 18 litros. Duas em um caixão de madeira. Cada lata custava dez mil réis e o óleo dois reais o litro.  E é só, por hoje. 

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