A vida é feita de ciclos. Muita gente reclama que o tempo passa depressa demais, mas poucos se dão conta de que nossos ciclos também ficaram mais curtos.
Ficamos menos engajados no que fazemos e sentimos. Porque ciclos mais diminutos, significa que não nos dedicamos o suficiente em cada atividade, fase e mesmo em cada pessoa.
Refletir sobre o que estamos fazendo de nossas vidas é extremamente necessário, porém, existem passagens tão doloridas e traumáticas, que devem permanecer bem longe de nossa vida, de nossos pensamentos, de nossas lembranças.
Alguns finais de ciclo a vida impõe. A infância passa, a escola termina, o amor acaba. E a vida também. Ainda assim, os ciclos mais desafiadores talvez sejam os que você mesmo precisa delinear quando começam e terminam.
Enquanto vivermos, faremos escolhas equivocadas, amaremos a pessoa errada, confiaremos em quem não deveríamos, falaremos o que era para ser guardado. É assim que a gente cresce, aprende e se torna menos suscetível de cometer as mesmas burradas.
Muitas vezes, fica difícil apressar os passos em direção ao futuro desejado, carregando pendências dentro de si. É preciso colocar um ponto final em tudo o que não tem mais jeito. Se necessário, é preciso apagar aquilo de uma vez por todas.
Recomeçar implica libertar-se das amarras que impediam um olhar esperançoso diante do horizonte lá na frente, diante do amanhã. Pendências são como nós, que diminuem a fé, atravancando todas as possibilidades que se encontram disponíveis diariamente a cada um de nós.
Na verdade, nem tudo o que ficou lá atrás deve ser revisitado. Embora digam que o passado é lugar de referência e não de residência, algumas pessoas e certos acontecimentos devem mesmo é ser enterrados, esquecidos, deletados de nossa memória, de nossa vida. Alguns erros a gente lembra para não repeti-los, mas há passados que não trarão absolutamente nada de bom ao serem trazidos de volta. Vale mesmo é rasgar essas páginas e, se possível, queimá-las.
Como se vê, o passado pode, sim, muitas vezes, servir-nos de lição, como parâmetro de comportamentos que não devemos repetir.
O fato é que a vida está cheia de começos e fins, alguns simultâneos, que temos de administrar. Refletir sobre eles é o melhor jeito de prosseguir em um caminho saudável, sem atropelos, ou encerrar uma experiência no momento oportuno.
Se você pensar bem, o tempo fica, é você quem passa. Como cada ciclo toma o seu tempo, o ideal é aprender a contemplar as fases, para compreender melhor os contornos. Já que é você quem passa, procure saber se deve apressar o passo ou diminuir o ritmo durante a caminhada.
Não basta virar a página, é preciso permitir que novos capítulos aconteçam, recomeçar um novo livro. A vida com sua sabedoria nos ensina o melhor caminho.