Júlio de Castilhos
quarta-feira

22 de janeiro de 2025

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Ana Paula Alf Lima fala sobre o impacto da valoração do milho na produção de pecuária de corte

A situação de alta na valoração está relacionada ao contexto de perdas de produção por conta dos baixos índices de precipitação

Caso você ainda não conheça, Ana Paula Alf Lima Ferreira é a secretária de agricultura do município de Júlio de Castilhos. A agrônoma de formação, que está concluindo o doutorado em Agronegócio da UFRGS, nos alerta sobre o impacto da valoração do milho na produção de pecuária de corte. Essa alta vem causando impacto nos produtores brasileiros de várias regiões do país., fazendo o mercado agrícola do milho responder positivamente quanto à valorização do commoditie, mesmo no contexto mundial que está se estruturando.  

De acordo com a Secretária, “o impacto na valorização do milho, ora anima os produtores, mas também liga sinal de alerta para as demais cadeias produtivas que dependem da mesma, como a produção de gado de corte e leite, e também a produção de frango e suínos”.  

Ana Paula traz o exemplo de que, mesmo com a arroba do boi gordo operando acima dos R$300, os pecuaristas se encontram receosos com a alta do milho. Em algumas regiões do país, como o Paraná, o valor de comercialização da saca superou os R$100, o que juntamente com o valor da saca de soja, que se encontra acima dos R$175, causa impactos nos custos de produção na pecuária de corte.  

Isso ocorre, porque a situação de alta na valoração está relacionada ao contexto de perdas de produção. Ainda no Paraná, é estimada uma perda de 30% a 40% consideradas irreversíveis, pois o estado se encontra com baixos índices de precipitação desde outubro de 2020.  

– O mesmo está acontecendo em Minas Gerais, onde as lavouras de milho estão em situação crítica à medida que as pancadas de chuva esporádicas registradas até o início do mês de maio têm sido consideradas insuficientes para o bom desenvolvimento das plantas, projetando um cenário de perdas de 40% no estado. Destaca Ana Paula.  

Atrelado à situação de estiagem, a USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, em inglês United States Department of Agriculture), órgão público que cuida da agricultura dos Estados Unidos, tem suas previsões para a produção de milho de 1,275 bilhão de bushels (unidade de medida) para a safra 2020/21 no relatório 2021. A projeção se encontra abaixo da expectativa de mercado, a qual esperava 1,26 bilhão de bushels. Para a safra seguinte, 2021/22, a USDA lançou a estimativa de 1,507 bilhão de bushels, com expectativa acima dos 1,354 bilhão já esperados. 

Segundo informações fornecidas pela Secretária de Agricultura, dessa forma, a USDA estimou estoques finais da safra mundial 2021/22 em 292,3 milhões de toneladas, acima dos 284,1 milhões de toneladas esperados pelo mercado. Já para a temporada 2020/21, os estoques ficaram abaixo dos 283,85 milhões de toneladas indicados no mês de abril, se encontrando em 283,53 milhões. O mercado apostava em um número de 279,4 milhões de toneladas.  

A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), no Brasil, estimou uma produção de 106,4 milhões de toneladas, com o crescimento de 3,7% na produção de 2019/20. Na primeira safra, foram produzidas 24,7 milhões de toneladas, com previsão de 79,8 milhões na segunda safra e, na terceira, 1,9 milhão.  

– Os produtores de milho e demais produtores que dependem dos mesmos, esperam que as chuvas futuras ajudem a reduzir os impactos e que as perdas não aumentem. Bem como acreditam que teremos a manutenção da valoração da saca de milho acima dos R$90,00 para os próximos dias. Finalizou a Secretária.  

Confira, na imagem, o mapa elaborado pela CNA, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, que ilustra a logística nos corredores internos da exportação da soja e do milho no ano de 2020, apresentando e comparando também a movimentação dos commodities nos portos públicos e terminais privados.  

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