Os efeitos da pandemia impactaram desde a rotina de trabalho até o lazer, a alimentação e os hábitos de higiene das pessoas. Com o avanço da vacinação, retomada de atividades presenciais, a rotina cada vez mais próxima do que se conhecia como normalidade, momento de buscar os valores internos, incorporar práticas que possam melhorar o nosso dia a dia, estabelecer novos vínculos.
Antigos comportamentos foram substituídos por hábitos de higiene reforçados, mudanças no modo de trabalho e até na forma com que as crianças vão às aulas. É o novo normal, em que o cuidado para evitar novas contaminações é a regra.
Entre a vontade de encontros e o receio diante do coronavírus, muitas pessoas têm enfrentado dificuldades em reconstruir uma rotina fora de casa. A expectativa de retomada da normalidade e as incertezas a ela associadas acentuam ainda mais nossas angústias.
Como seres humanos, essa nova realidade nos exige adaptação, paciência e flexibilidade. Mas para algumas pessoas ela não vem sem prejuízos: o tempo passado em isolamento social causou uma certa introspecção, e só pensar em uma reunião presencial com um pouco mais de pessoas, para alguns, já é motivo de ansiedade.
E é justamente por não sabermos ao certo por quanto tempo vamos conviver com a presença do vírus que algumas pessoas têm relatado sintomas de ansiedade, angústia, medo exacerbado e picos de estresse com a possibilidade da retomada da socialização.
Ao mesmo tempo em que desejamos o convívio com outras pessoas e sentimos falta das nossas relações, a insegurança em relação à possibilidade de contágio traz certo receio em deixarmos a rotina que foi construída nos meses dentro de casa. Pararetomar a socialização de forma segura o primeiro passo, e o mais importante, é lembrar sempre que não existe uma fórmula mágica, ou uma única maneira, de lidar com essa retomada da socialização.
Com respeito e paciência, aos poucos, vamos entendendo que nem todas as pessoas podem ter a mesma régua de sociabilidade, e que tudo bem não se sentir preparado para esse momento.
Muita coisa mudou, mas permanece a necessidade de cuidarmos da nossa saúde física e mental. Isso significa continuar respeitando os protocolos de segurança e também entender que cada um vai se adaptar a essa nova rotina de uma forma diferente.
Então, quando as restrições acabarem, teremos que passar por uma curva de aprendizado para nos sentirmos ‘normais?
Pois são esperados alguns contratempos no meio do caminho. Portanto, pode ser útil estar preparado para eles.
Não é surpreendente que muitos de nós possam estar se sentindo socialmente “enferrujados”.
A palavra-chave para construção do novo normal será empatia. Cada vez mais será preciso exercer nossa capacidade de nos colocar no lugar do outro e respeitá-lo. Nossa proteção e nosso cuidado dependerão também da forma como protegemos e cuidamos dos outros.
Não podemos mais dar espaço para tristeza e lamentações. Aconteceu? Sim, infelizmente. Ninguém esperava por isso. Mas precisamos levantar a cabeça e seguir em frente. Precisamos rever nossos projetos, traçar novos planos e ressignificar tudo isso que estamos vivendo. Os humanos são seres adaptáveis e, com certeza, vamos nos adaptar a esse novo normal.