A tosquia de ovelhas, que consiste na prática de tosa de pelo dos animais, é compreendida como uma tradição para os produtores pecuários no Rio Grande do Sul. De acordo com informações da Secretária de Agricultura de Júlio de Castilhos, Ana Paula Alf Lima, as ovelhas selvagens possuem pelagem que cresce em menor quantidade e cai de forma natural no verão. Porém, no caso das ovelhas domesticadas que são criadas em maior quantidade. A tosquia também é necessária para manter o volume e o comprimento da pelagem.
A prática é de grande importância para o rebanho, pois proporciona ao animal o conforto e o bem-estar; elimina resíduos grudados na lã que podem facilitar doenças ou ferimentos; evita que dejetos se acumulem nos genitais do animal; impede o aumento excessivo de peso e perda da mobilidade e contribui na melhora da fertilidade e índice de mortalidade dos carneiros.
Além disso, a tosa evita o superaquecimento dos animais durante o verão, devido à grossa camada de lã que dificulta que o animal se sinta confortável, promovendo a melhora na qualidade de vida e saúde das ovelhas.
Tosquia é Preservar a Cultura
Por muito tempo, a prática da tosquia fornecia um adicional monetário para os produtores, pois possibilitava a comercialização da lã recolhida após a tosa. A demanda, no entanto, diminui nos últimos anos, tornando a prática da tosquia um custo maior na produção devido aos produtores não conseguirem comercializar as lãs.
Segundo a Ana Paula, no município de Júlio de Castilhos, a prática da tosquia é feita pelos próprios produtores e cuidadores dos animais, configurando um manejo da cultura e uma prática importante na produção animal.
Na Cabanha Santo Inácio, na propriedade de José Alberi Marçolla, a tosquia é um destaque por preservar a cultura em Júlio de Castilhos. Dados do IBGE de 2017 apresentam que a cidade possui um rebanho de cerca de 10.616 cabeças de ovinos, e ocupa a 46ª posição na produção no Rio Grande do Sul.
Segundo o IBGE, os dados apresentam, na Pesquisa Pecuária Municipal, que o Rio Grande do Sul possui um rebanho de aproximadamente 3.373.694 cabeças de ovinos. O Estado tem a criação de ovinos como a atividade mais tradicional, consistente na produção de animais de raça para produzir carne, lãs e mistas mais adaptadas ao clima subtropical.
De acordo com informações do senso, a ovinocultura, no Rio Grande do Sul, tem o objetivo principal voltado à produção de carne devido ao aumento dos preços pagos ao produtor, possibilitando que a atividade seja mais rentável.
Para mais informações, o produtor pode procurar a Secretaria Municipal de Agricultura, no fone 055 3271 2021.