Júlio de Castilhos
quarta-feira

22 de janeiro de 2025

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As máscaras sempre foram presentes na história. Seu uso é diverso. Quase que um universo impossível. Desde o teatro, onde a caracterização dos personagens se fazia necessária, até em rituais religiosos e folclóricos, onde elas personificavam deuses, lendas, mitos, santos e assim por diante.

Máscaras eram confeccionadas de tecido, couro, metal, vegetais, pano e contemporaneamente de plástico, até mesmo com o uso de elementos artificiais. Na ficção cinematográfica o “Homem da máscara de ferro” suscitou a temática da justiça e em “O Máskara” a jocosidade, a alegria e a mítica foram brilhantemente relatadas. E todos se divertiram.

Além de seres imaginários ou fictícios as máscaras podem evocar seres reais como animais, vegetais e até seres humanos. Máscaras podem exagerar, distorcer, serem fidedignas, serem tristes, alegres, realistas, caricaturadas, expressionistas. Máscaras se prestam para encenar, disfarçar, proteger, esconder. Os bandidos da minha infância, invariavelmente, usavam máscaras: Mancha Negra e os Irmãos Metralhas. Mas os “mocinhos” Zorro e o Duende Verde também usavam.

Lembro dos carnavais da minha infância que as pessoas iam a bailes de carnaval mascaradas, mas na Idade Média isso já era costume, como também na Grécia e na Roma antiga. Neste caso as máscaras eram para esconder a identidade e zombar dos demais. Burlesca vaidade de uma falsa identidade.

Não podemos esquecer das máscaras profissionais: A máscara do pintor, do soldador, as máscaras daqueles que evitam se contaminar ou aspirar elementos tóxicos. Também há a máscara esportiva na esgrima e as máscaras do Haloween. E dentre as máscaras profissionais talvez a mais comum seja a dos profissionais de saúde que nos acostumamos a ver em ambientes hospitalares e ambulatoriais.

Mas como um acessório de proteção individual e coletiva as máscaras se popularizaram. Na ausência de condições financeiras satisfatórias se proliferaram máscaras de todo o tipo: Com boa intenção e pouca

efetividade. Mas enfim, com preocupação. Pasmem, diante de uma pandemia cuja contaminação se dá pelo ar e, incondicionalmente, pelas vias aéreas, surgiram máscaras de crochê! Mas cada um com seu cada qual!

Na seara das máscaras, do tira e põem, do usa ou não usa, do protocolo do uso, da inconveniência ou da conveniência, eis que ela está no cerne do debate e da polêmica da vez. Diante do recuo dos casos de contaminação, do número de internações e sobretudo do número de vítimas qual seria a “certeza” da vez?

Mas vamos aos fatos. O governador Dória, opositor ferrenho dos negacionistas da COVID foi o primeiro a liberar o uso da máscara em ambientes abertos (logo ele). Ou confia totalmente na eficácia da vacina chinesa (CORONAVAC) que ele financiou ou crê que o vírus recuou (ou ambos).

Mas nessa celeuma de uso ou não uso da máscara qual a sua opinião? Sei de muita gente boa que não tirava a máscara sequer para respirar mesmo assim contraiu o vírus. (e talvez pereceu)

Porém sem polemizar ainda mais, a máscara ainda é necessária? Que cada um, a despeito das leis inconsequentes, desnecessárias e poucas balizadas, tome a sua decisão. Que os vetores de transmissão e os ambientes propícios à contaminação, finalmente, sejam considerados e deixem de lado as opiniões políticas e sectárias.

No mais, usemos máscaras. Físicas ou simbólicas. Que acreditemos ou desprezemos. Democracia é acreditar na diversidade, mesmo que contrária à nossa opinião.

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