Júlio de Castilhos
quarta-feira

22 de janeiro de 2025

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A fazenda da reserva e seus primeiros donos

Ao redor de 1637, o Provincial dos jesuítas resolveu que se reservasse um “corte de gado” em uma das reduções menos acessíveis ao inimigo para o eventual consumo quando pretendessem fugir do bandeirante Raposo Tavares e ir para além do Rio Uruguai. Essa reserva seria de 300 rezes que foram levadas para a Redução de Natividade que ficaria nas proximidades do Arroio Redomona, no atual Município de Pinhal Grande.

Concordamos com Luiz Gonzaga Salles de que essa reserva de gado pudesse ficar na região da atual Fazenda da Reserva, à margem esquerda do Arroio Reserva atual. Daí teria vindo o seu nome.

Em 1690, o Povo de São Lourenço, um dos sete povos das Missões, começou a estabelecer, sob a orientação dos jesuítas, as suas “estâncias de criar gado”. Uma delas, a Estância de Santo Antônio, pode-se dizer, cobria metade do atual Município de Júlio de Castilhos e todo o atual Município de Pinhal Grande.

Com a expulsão dos jesuítas, em 1769, essas enormes estâncias foram caindo no abandono e as maiorias de seus índios vaqueiros voltaram a sua vida natural, internando-se nas matas e campos, à beira dos rios.

Em 1801, os portugueses conquistaram as Missões e toda essa área passou a seu domínio. Para manter a posse conquistada, a Coroa Portuguesa começou a distribuir sesmarias.

Um dos beneficiados foi o capitão Carlos dos Santos Barreto que seria, portanto, seu primeiro dono. A concessão foi feita em 1818. A Carta de Sesmaria cita como  campos de criação e terras de mato no rincão denominado Reserva”.

Aí está a primeira denominação do lugar e da sede da fazenda: Fazenda da Reserva. Oito anos depois,em 1826, a Sesmaria da Reserva, foi vendida a Salvador Martins França e a Antônio de Souza Fagundes. Em 1830, Salvador vende sua parte ao Padilha Rico. No entanto, a atual sede ficou pertencendo ao Cap. Antônio de Souza Fagundes, portanto, seu segundo dono.

Onze anos depois, em 1837, o Cap. Antônio Fagundes vendeu sua propriedade ao Pe. João Vaz de Almeida e a Manuel Joaquim de Abreu Macedo que fizeram uma sociedade para explorar seus campos. Foram eles os terceiros donos da Fazenda da Reserva. A sociedade durou nove anos, sendo desfeita em 1846 quando Macedo comprou a parte do padre.

Começa então a parte histórica da Fazenda da Reserva:

Um moço chamado Francisco Ferreira Castilhos, resolveu, em 1846, deixar a casa paterna, em Santo Antônio da Patrulha, e veio para Santa Maria, onde trabalhou por algum tempo, como caixeiro numa venda da Rua do Acampamento. Ele foi, depois, para Cruz Alta, onde conheceu Carolina de Carvalho Prates, já órfã, que morava no Cadeado com sua irmã Cândida, casada com João Raimundo da Silveira Santos. Acabaram se casando. Em seguida, João Raimundo soube que a Fazenda da Reserva estava a venda e influenciou Francisco a comprá-la.

Francisco ficara riquíssimo com a herança da esposa e vendeu então uma fazenda deles em São Gabriel e comprou a Fazenda da Reserva. O negócio efetuou-se em 12 de janeiro de 1848. Francisco e Carolina foram seus quartos donos

Francisco e Carolina casaram em l847 em São Gabriel. Tiveram onze filhos: Francisca (nascida em 1849), Carlos (1850), Adelaide (1852), Clara (1853), Francisco (1855), Inocência (1857), Carolina (1859) fal.com 2 meses, Júlio (1860), Rita de Cássia  (1862), Maria Cecília que casou com Assis Brasil (1864) e Alfredo (1867).

Francisco Ferreira Castilhos faleceu em 1871, em Santa Maria, e Carolina em 1874. A Fazenda da Reserva foi partilhada cabendo a seu quinto dono: Carlos Prates de Castilhos.

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