A safra de trigo de 2021 terá início com alta de 21,77% nos custos de produção em comparação a 2020. Para cobrir estes gastos, segundo a FecoAgro/RS serão necessários desembolsar para cada hectare quase 4 mil reais com uma produtividade média de 60 sacas por hectare.
“Apesar dos aumentos de custos a relação de troca melhorou com a elevação do preço dos grãos em geral. Esse cenário se mostra favorável, mas no caso do trigo poderia ser melhor pois os custos se elevaram significativamente sendo repassada também para estes custos a variação cambial”, ressalta o economista Tarcísio Minetto, da FecoAgro/RS.
“Esperamos não ter problema de clima e que possamos ter uma safra recorde de trigo, o que é muito bom para o produtor e para a economia”, salienta o presidente da FecoAgro/RS Paulo Pires sobre o aumento dos custos e provável dimiunição de resultados alcançados pelo produtor.
Soja
O plantio finalizado da soja pode trazer fôlego aos produtores nesta safra depois da quebra do ano anterior, junto aos prejuízos causados no inverno para o trigo, a espera da FecoAgro/RS é que este período seja de normalidade e que o produtor possa usufruir dos preços remuneradores do grão.
“Foi uma perda de forma distinta. Tivemos muitas perdas totais em regiões mais quentes como as Missões e Santa Rosa e outras regiões mais frias que deveremos ter uma safra até normal. Com uma colheita prevista de 3,5 milhões de toneladas e com consumo de 7 milhões, temos um déficit que precisaremos trazer de algum lugar para alimentar a produção integrada do Rio Grande do Sul”, destaca sobre a estiagem de 2020.
“Mesmo que pequeno, temos uma grande representatividade, pois 2% são pelo menos 120 mil hectares, com mais de 6 milhões de hectares plantados. Temos a cultura praticamente plantada, se tivermos alguma coisa é a safrinha na região das Missões e Alto Uruguai, em regiões com uso de pivô. O plantio foi feito dentro do zoneamento climático e isso gerou a expectativa de uma safra normal” observa o presidente da entidade Paulo Pires sobre o bom desenvolvimento do plantio, que para o mesmo a expectativa está agora no potencial produtivo da soja que vem se demonstrando satisfatório.
Estiagem
A FecoAgro/RS, juntamente Farsul, Fetag/RS, Famurs e Emater/RS, assinaram documento conjunto pedindo medidas para minimizar os impactos da estiagem no Estado. A carta das federações foi encaminhada aos governos Federal e Estadual.
“E agora, em 2020, tivemos a questão do trigo, perdido em um primeiro momento por geada e depois por causa da falta de chuva. Calculamos que, com os dois fatores climáticos, ultrapasse os 30% de quebra”, destaca Paulo Pires sobre a preocupação com a estiagem de 2019/2020 que teve a perda de 31% da produção de milho e 47% da safra de soja.
“A região das Missões, a região de Santa Rosa, que passam por toda a faixa da região Noroeste do Estado, costeando todo o Rio Uruguai, praticamente perdeu a safra. Mesmo essa chuva que ocorreu agora não tem impacto positivo sobre o milho. Realmente é um problema seríssimo”, salienta Pires sobre a safra de milho já estar altamente comprometida e ressalta também que ainda não se pode avaliar os impactos sobre a soja pois ainda está no início do plantio que ainda não se pode avaliar os impactos sobre a soja pois ainda está no início do plantio.
“O produtor não pode conviver com esta incerteza que o clima do Rio Grande do Sul nos apresenta. Temos chuvas suficientes, mas elas são mal distribuídas. É um lugar perfeito para nós implantarmos a irrigação. Mas para que ela se torne mais importante e participativa algumas questões precisam ter acordo, ter uma evolução convergente”, enfatiza Pires sobre o incentivo à irrigação para trazer segurança ao produtor.