Expressões idiomáticas ocorrem quando um termo ou frase apresenta um significado diferente daquele que os vocábulos costumam apresentar quando estão separados, e por este motivo, a compreensão da expressão se dá de maneira global. Também são conhecidas como idiotismos (sem o caráter pejorativo). Há muitas na língua portuguesa, assim como em outros idiomas. Assim, brincando um pouco, e sem perder a razão ou a noção, vamos tratar de um assunto delicado: a crise entre a Rússia e a Ucrânia.
Vou ver muitas coisas até que a “terra venha comer meus olhos”, entretanto, “até bater as botas” ou estar sob “sete palmos de terra” já foram muitas as vezes em que a Terceira Guerra se mostrou iminente. De um lado a Rússia não aceita que a Ucrânia se desvincule totalmente da antiga coalização soviética e se bandeie para o lado ocidental, como já fizeram as repúblicas bálticas da Estônia, Letônia e Lituânia. “Não quero comprar gato por lebre”, mas a crise no Leste Europeu deixa muitos povos a “engolir sapos” e não se trata, absolutamente, de “fazer tempestade em copo d’água” afinal a Primeira Guerra nasceu próxima dali. Muitos oleodutos russos que abastecem a Europa cruzam pela Ucrânia (66%) e 58% do gás consumido na Ucrânia vem da Rússia (o que coloca a “corda no pescoço” dos ucranianos).
Fazendo um parêntese: a comunidade ucraniana se faz presente em nosso país desde o século XIX. Seja no RS, PR ou SC. (Pato Branco, União da Vitória e assim por diante).
O “pomo de Adão” do conflito, além da questão energética, é a importância estratégica do território da Crimeia que está no cerne das disputas geopolíticas entre a Rússia e a Ucrânia. Aliás a área vem sendo alvo de contendas de longa data e a península anexada em 2014 pelos discípulos do Kremlin não foi “engolida” pelos ucranianos. A Crimeia é distante, geograficamente, mas não “é onde Judas perdeu as botas”. Fica no limite entre o Oriente e o Ocidente.
Sei que o assunto é complexo por isso “não quero meter os pés pelas mãos”. Não sei se o Putin quer “riscar do mapa” a Ucrânia ou simplesmente colocar-lhe o cabresto, mas o fato é que as questões econômicas, estratégicas e geopolíticas estão em jogo. Enquanto um possível confronto não se anuncia, melhor “botar as barbas de molho” e aguardar. Ocidente (OTAN) e Oriente (antigo PACTO DE VARSÓVIA) voltam a medir forças (“Já estou com a pulga atrás da orelha”). Por enquanto já há prenúncios de alta nos preços do gás (afinal a Rússia é responsável por 30% do abastecimento europeu), o dólar pode cair (e enfraquecer nossas exportações), sem falar nas parcerias em áreas como a tecnologia espacial, militar e telecomunicações com a nação brasileira que podem mixar conforme a nossa posição ou escolha no confronto. Mas isso é apenas mais “lenha na fogueira”. Creio que a diplomacia brasileira devesse se “fingir de morto”, “fazer vista grossa” e passar ao largo, “baixar a bola”, sem “chutar o balde”. Melhor “ficar em cima do muro”.
Por enquanto é estar com um “olho no rato e o outro no queijo” pois se realmente o conflito estourar vai sobrar para alguém (“a corda sempre arrebenta no lado mais fraco”) e os países desenvolvidos como Estados Unidos, Alemanha, França ou Inglaterra não haveriam de “botar a mão na cumbuca” apenas por curiosidade. No jogo de empurra-empurra ninguém quer “dar o braço a torcer”, seja Ucrânia, Rússia ou o Ocidente. Então é “arregaçar as mangas” e se preparar para o pior (afinal de contas nossa matriz energética ainda gira em torno do petróleo) e largar de mão de “pensar na morte da bezerra”. A coisa está ficando ruça na Rússia!