A ansiedade, tão presente nos dias atuais, onde as pessoas andam se consumindo pela antecipação dos problemas ou mesmo pela imensa gama de informações que têm e, nem sempre sabem o que fazer com isso; trata-se de um problema mundial, referida por alguns, como a doença do século. Somando-se, nos dias atuais, aos medos e incertezas decorrentes da pandemia da Covid-19, da guerra no leste europeu e dos severos fenômenos climáticos que assolam algumas regiões causando devastação de toda a ordem, a ansiedade, por vezes por algo apenas imaginário, é um problema de proporções gigantes, embora pessoal e silenciosa.
A pressão do consumismo leva a se ter tanta tralha e também tantas oportunidades, as quais já nem se sabe avaliar quais as que são realmente importantes. O carro com a tecnologia mais avançada do momento, o celular último tipo, a roupa de marca famosa, a viagem que às vezes é mais para ostentar do que “turistar”. Se formos analisar bem, boa parte disso é dispensável, não serve para nada, além de criar despesas e uma escalada de metas apenas impressionistas, para terceiros verem, os quais, provavelmente, somente em nosso imaginário estariam impressionando-se com as nossas “aventuras”, mas, na realidade eles não estão nem prestando atenção a tudo isso, até porque também tem a sua ciranda de preocupações exibicionistas.
Mas e nós, como estamos? Quem somos de verdade? O que nos faz bem e feliz? Esses que são os questionamentos fundamentais ficam à mercê, e passamos pela vida ansiosos com muitas metas, algumas fúteis e vazias, porque nos deixamos levar de roldão pelo senso comum de que ter é mais importante do que ser. Felizes e raros são aqueles que conseguem se livrar dessa “pandemia” da ansiedade coletiva e sair da multidão dos ansiosos, e livres, viver a sua realidade, valorizando o que tem e entendendo que o que realmente importa não se pode comprar, e sim cativar e conquistar.
Talvez seja o momento de pensarmos em diminuir essa corrida maluca da vida, para chegar ao lugar que todos fatalmente chegarão; e entender com sabedoria, que mais importante que o destino é a viagem. Que aproveitemos as paisagens, sem ansiedades e neuroses, e com muita gratidão pelo milagre que é cada dia vivido.