Na última semana, no dia 24 de fevereiro, a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) apresentou ao Governo do Estado um estudo que estima uma queda de 8% do Produto Interno Bruto – PIB gaúcho de 2022, sendo essa a maior queda até hoje. Antes disso, o maior recuo foi de 6,8% com a seca de 2020 somada ao período inicial de pandemia. Caso as chuvas tivessem acontecido normalmente, até o final de 2022 a entidade previa um aumento de 0,58% no PIB.
A apresentação do estudo foi realizada por videoconferência com o Governador Eduardo Leite, a secretária estadual da Agricultura Silvana Covatti, os senadores Lasier Martins (Podemos) e Luis Carlos Heinze (PP), produtores rurais, gestores públicos, deputados estaduais e federais, prefeitos e representantes do Ministério da Agricultura.
Segundo dados divulgados pela GaúchaZH, o estudo da Farsul prevê que a quebra da produção agrícola causada pela estiagem resulte em um impacto de até R$115 bilhões em todos os setores da economia, e 14,43 milhões de toneladas de grãos podem ser perdidas.
Para que fosse possível dar a real dimensão do prejuízo, foi feita uma comparação com caminhões: a quantidade de grãos perdidos seria suficiente para encher 253,3 mil carretas bitrem (as quais suportam 57 toneladas cada uma). Se as carretas fossem colocadas em linha reta, seria possível ir de Porto Alegre até Belém e voltar até São Paulo, percorrendo mais de 5 mil quilômetros.
De acordo com a Farsul, só na agropecuária o prejuízo é de R$31,8 milhões. Na indústria e serviços R$78 milhões e R$5,9 milhões em impostos diretos, o que totaliza os mais de R$115 bilhões de perdas.