Em razão das movimentações e o agravamento da crise entre a Rússia e a Ucrânia, o trigo, o milho e a soja dispararam na Bolsa de Chicago nessa quarta-feira (23), segundo o site MilkPoint.
O cenário que se construiu após a decisão do presidente da Rússia, Vladimir Putin de autorizar o envio de tropas para a Ucrânia gerou apreensão no mercado, preparando-se para um conflito militar. Na madrugada do dia 23 para o dia 24, quinta-feira, Vladimir autorizou a operação militar e já puderam ser vistas as primeiras explosões em cidades da Ucrânia. A reportagem do site MilkPoint previa que, caso houvesse um conflito militar, as exportações de trigo seriam significativamente abaladas. Isso porque Rússia e Ucrânia serão responsáveis por 28,5% das exportações globais que, segundo dados recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), são estimadas em 206,7 milhões de toneladas nas exportações da safra 2021/2022.
De acordo com o site, em caso de guerra, pelo menos 15 milhões de toneladas de trigo estariam comprometidas. Segundo dados da Bolsa, o trigo obteve aumento de 6% em um dia, e os contratos do milho subiram 3% em Chicago, totalizando U$6,7250/bushel. Esse é o maior valor desde maio de 2021.
Já para a soja, houve um acréscimo de 2% passando para U$16,350/bushel, se aproximando do preço de pico do ano passado que também foi alcançado em maio, com U$16,4250/bushel. Se os próximos valores ultrapassarem o pico, será o maior patamar desde 2012.
A produção leiteira no Brasil é outro setor que fica em alerta com os ataques entre os países, pois já vem enfrentando uma crise em relação ao aumento dos custos de produção e a alimentação dos animais, e poderá ser prejudicada se o fornecimento de fertilizantes da Rússia for interrompido ou impactado. Segundo dados do Rabobank para a Revista Negócios, a Rússia é um dos principais fornecedores de adubo e fertilizantes do mundo, com cerca de 10% da produção global em fertilizantes nitrogenados. No ano de 2020, o Brasil importou mais de 7 milhões de toneladas de adubos da Rússia de acordo com a Comextat, serviço de estatísticas de comércio exterior do Brasil. Esse valor corresponde a 22% do total dos fertilizantes que entraram no país.