Júlio de Castilhos
quarta-feira

22 de janeiro de 2025

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Médico são-borjense deixa legado com apenas 6 meses de atuação em Júlio de Castilhos

Conheça João Pedro Lenz Scotto, médico que ganhou o carinho da comunidade pelo cuidado no atendimento com pacientes

Conhecido na cidade pelo bom atendimento e a atenção com seus pacientes, o médico João Pedro Lenz Scotto, após ficar seis meses em Júlio de Castilhos atuando no atendimento de Covid-19 e plantões clínicos, deixa a cidade para servir ao Exército no município de São Borja. Em entrevista para o SEMANÁRIO REGIONAL, o médico contou como foi recebido em Júlio de Castilhos e quais foram os desafios de trabalhar na linha de frente do coronavírus junto à equipe.

João Pedro Lenz Scotto é natural de São Borja, e apesar de ter se criado em uma propriedade rural, sua paixão foi para a medicina. Aos 15 anos, após passar por desafios pessoais, seu interesse pela área da saúde fez com que escolhesse essa profissão e não se imaginasse em outra atuação.

“Não me imaginei fazendo outra coisa. Até fui questionado pois me criei em propriedade rural aqui em São Borja, mas sou apaixonado pela medicina” disse o médico.

Após se formar como médico na Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, João Pedro recebeu algumas propostas e falou com a Secretária de Saúde de Júlio de Castilhos, Mariela de Lemos Rosa, e teve interesse em atuar na cidade. João Pedro atuou como médico na Secretaria Municipal de Saúde, com contrato emergencial temporário.

O médico se mudou para Júlio de Castilhos em 2021, onde permaneceu por seis meses trabalhando no atendimento exclusivo para Covid-19 e também em plantões clínicos. Em janeiro desse ano, João Pedro se mudou para São Borja mas deixa para o atendimento de saúde do município um trabalho atencioso.

“Até alguns colegas perguntaram se eu iria todos os dias pra Júlio de Castilhos, e falei não, ‘estou indo trabalhar lá, vou me mudar, aluguei um local, vou ser um castilhense’, e entrei na rotina da cidade” disse.

João Pedro contou como foi trabalhar diretamente com o atendimento dos pacientes do coronavírus na cidade.

“O final da minha formação foi o início da Covid-19, os dois anos de término do curso e toda a sensação de medo que gerou na população. Quando eu cheguei em Júlio de Castilhos não foi diferente, a população teme toda a situação que a doença criou, o medo de perder familiares. Então o primeiro contato foi esse. E tentei ver o que eu poderia fazer para melhorar aquela situação, fazer o meu melhor tanto como médico, tanto como pessoa para tentar amenizar. A equipe era muito boa, todo mundo auxiliou, fomos um time em todo o período que atendi. Todas as equipes que passavam comigo sempre se deram muito bem. Sempre tentei atender da melhor maneira possível, tentei acalmar, orientar sobre os riscos, prevenção e isolamento”.

O médico comentou ainda sobre como estava a situação da Covid-19 quando chegou no município, e também como enfrentaram a nova onda que é responsável pelo aumento de casos no último mês.

“Quando eu cheguei em Júlio de Castilhos estava acalmando, reduzindo a curva. Chegamos a passar quase dois meses sem nenhum caso ativo. Tinha bastante atendimento de síndrome respiratória, mas nenhum caso ativo. Isso também é reflexo do que a equipe fez. A gente conseguiu zerar nossa fila, e depois com a nova onda novamente enfrentamos. Até o momento que saí, não tínhamos pacientes internados ou com caso grave pelo coronavírus, e acredito que muito foi porque a população aceitou o que orientávamos na consulta” contou.

Durante a entrevista, contextualizamos como João ficou conhecido pela comunidade, pela sua atenção e cuidado com os pacientes. O médico, ao falar sobre seus princípios na missão da saúde, disse ficar emocionado.

“Ninguém vai em um ambulatório te dar uma boa notícia, poucas vezes isso acontece. Todos estão em uma situação de vulnerabilidade e medo, e acredito que o profissional da saúde precisa entender essas questões e atender da melhor forma possível. Por mais que eu atendia umas 85 pessoas por dia, todos com alguma queixa, você tenta não deixar aflorar as suas emoções, você precisa ser o líder na posição que está. A pessoa deseja um aconchego. Eu fico emocionado, pois quando iniciamos, surgiu essa brincadeira entre a equipe “O doutor tem uma multidão lá”. Eu gosto de atender mesmo (…). Como todo médico que se forma e presta seu juramento, ele tem um dever que é: se não curar, amenizar o sofrimento da pessoa. Eu acho que se eu não conseguir fazer isso com medicação no momento, eu tentei confortar, de alguma forma fazer meu melhor” explicou o médico, que disse querer um dia retornar para Júlio de Castilhos como médico e também pelos amigos que fez.

Agora, na sua mudança, João Pedro já está em São Borja servindo no Regimento João Manoel, o RCMEC – Regimento de Cavalaria Mecanizado. Seus planos após servir ao Exército como médico é iniciar sua residência médica na área de ortopedia e traumatologia, que eram interesses durante toda a faculdade.

Luiz Roberto, Enfermeira Giovania, Enfermeira Angélica, Paulo César, Mariela de Lemos e João Pedro Lenz, no último dia do médico na cidade.
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