A Emater/RS-Ascar divulgou, nessa segunda-feira (24) a segunda edição do boletim “Efeito da estiagem nas principais atividades agrícolas do Rio Grande do Sul”. Os dados foram levantados com informações das unidades da Emater nos 497 municípios gaúchos.
Desde o último boletim, a Emater salienta que ocorreram precipitações em todas regiões administrativas, porém de forma irregular. Além disso, esse período foi marcado pelo calor intenso no Estado, agravando a situação do déficit hídrico e causando mais desconforto térmico aos animais. Já são mais de 9 mil localidades e mais de 253 mil propriedades que estão sofrendo com os prejuízos em razão da estiagem, além de cerca de 21 mil famílias com dificuldade no acesso à água.
Confira o levantamento para cada atividade agrícola:
Milho Grão
O levantamento do boletim da Emater indica que as regiões administrativas que mais sofreram com os efeitos da estiagem na cultura de milho grão são: Erechim, Frederico Westphalen, Ijuí, Passo Fundo, Santa Rosa e Soledade. As perdas, nesses municípios, podem chegar até a 65% da produção estimada inicialmente. No entanto, em Frederico Westphalen, os prejuízos já são superiores a 65%.
Milho Silagem
As regiões de Caxias do Sul, Soledade, Santa Maria, Bagé e Pelotas foram as que mais tiveram a produtividade do milho destinado à confecção de silagem comprometida, com dados das últimas semanas. Segundo a Emater, as perdas variam de 16,2% na região de Porto Alegre e vai até 65% na região de Ijuí.
Soja
Desde o último boletim, a Emater informa que a cultura da soja segue sofrendo os efeitos da estiagem com perdas na produtividade de 25% a 45% na maioria das regiões. No entanto, na região de Santa Rosa, foi observada uma redução média superior a 45% do que foi estimado inicialmente.
Feijão 1ª Safra
Em razão dos efeitos da falta de chuvas, o feijão teve a produtividade comprometida de 5% até 95%, conforme cada região. O maior prejuízo médio de mais de 60% da expectativa inicial localiza-se na regional do município de Ijuí, e os danos aumentaram também na região de Pelotas, Bagé e Erechim.
Fruticultura e Olericultura
Segundo a Emater, o primeiro boletim indicava que haviam reduzido em 644 mil toneladas a produção de frutas, e quase 19 mil toneladas da produção de olerícolas. Neste segundo boletim, a redução já está estimada em 750 mil toneladas de frutas e 75 mil toneladas de olerícolas, em função da irregularidade das chuvas e das temperaturas altas no período.
Bovinocultura de leite
A perda na produção diária de leite no Rio Grande do Sul é de aproximadamente 2,2 milhões de litros, sendo 82,5 litros por propriedade. Segundo o boletim da Emater, a estiagem afeta com maior intensidade 27.289 estabelecimentos que produzem leite no Estado.
Alimentação animal
As pastagens nativas estão sendo intensamente afetadas em razão dos efeitos da estiagem, com perdas na produção de massa verde em até cerca de 60% da área. São as pastagens que constituem a base alimentar para a bovinocultura de corte, ovinocultura e equideocultura. Além de todo o prejuízo, é enfatizado o maior prejuízo na perda de produção em 2/3 da área cultivada com pastagens anuais de verão, destinadas para o rebanho leiteiro.