Júlio de Castilhos
quinta-feira

23 de janeiro de 2025

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123 municípios gaúchos decretam estado de emergência devido a estiagem

Em Júlio de Castilhos, os prejuízos no setor agropecuário pela falta de chuvas já passa dos R$225 milhões

O ano de 2022 iniciou contabilizando ainda mais prejuízos para a agricultura devido à falta de chuvas. De acordo com dados da Defesa Civil do Rio Grande do Sul dessa terça-feira (04), 123 municípios gaúchos decretaram situação de emergência em decorrência da estiagem. Além das cidades com decretos definidos, outros 17 municípios possuem registro no Sistema Integrado de Informações Sobre Desastres, totalizando 140 cidades afetadas significativamente pela falta de chuva.

De acordo com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Estado, a Defesa Civil informou na segunda-feira (03) que, dos municípios que relataram os desafios com a estiagem, 96 haviam publicado decretos e apenas 15 enviaram as documentações completas para o Governo Estadual. Também na segunda-feira, a Secretaria informou que o Estado conta com 11 municípios reconhecidos pela União como em situação de emergência.

Segundo um levantamento realizado pela Emater/RS-Ascar até a última semana de 2021, 138,8 mil propriedades rurais foram contabilizadas com prejuízos devido à estiagem. As propriedades são distribuídas em 6.340 localidades do Rio Grande do Sul. A falta de chuvas, além de prejudicar a produtividade das lavouras, atinge também o consumo de água das pessoas: foram contabilizadas no levantamento mais de 5 mil famílias sem acesso à água.

Prejuízos da estiagem em Júlio de Castilhos

Em Júlio de Castilhos, município que possui a segunda maior área de soja do Rio Grande do Sul, a estiagem segue dando prejuízos nos setores agropecuários. De acordo com um levantamento realizado pela Emater do município e a Secretaria de Agricultura, Turismo e Meio Ambiente o prejuízo financeiro já passa de mais de R$225 milhões no setor leiteiro, milho grão safra normal, milho silagem e soja sequeiro. Confira abaixo a relação entre as perdas percentuais e os prejuízos financeiros.

Empreendimento Perda Prejuízo financeiro
Leite 45% R$ 14.904.000,00
Milho Grão Safra Normal 38%  R$ 7.790.000,00
Milho Silagem 42% R$ 577.500,00
Soja sequeiro 20% R$ 202.144.800,00
Total R$ 225.416.300,00

A estiagem afeta também o consumo de água de cidadãos castilhenses. Segundo a Secretária de Agricultura Dra. Ana Paula Alf Lima, são mais de 100 famílias que precisaram ser abastecidas com as ações da Secretaria de Agricultura e Secretaria de Obras de Júlio de Castilhos para levar água para as comunidades.

Ações governamentais

Nessa segunda-feira (03), as Secretarias de Agricultura, Defesa Civil, Obras, Saúde e Meio Ambiente do Estado se reuniram para discutir sobre os efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul.

Segundo a Secretária de Agricultura do Estado Silvana Covatti, uma das ações da Secretaria neste ano de 2022 será a execução do Avançar na Agropecuária e no Desenvolvimento Rural, que irá destinar R$201,4 milhões em investimentos de irrigação e conservação de água. Nessa quarta-feira (05), outra reunião foi realizada com a presença do Governador Eduardo Leite e secretários, buscando estratégias para a aplicação de medidas no período de estiagem.

“Estamos atentos à situação dos municípios e unindo esforços, com atuação de várias secretarias, para prestar atendimento aos produtores. Temos muito respeito e admiração pelos nossos empreendedores rurais, que precisam lidar com esse tipo de intempérie, seja a ausência ou o excesso de chuva” disse o governador.

Entre as medidas divulgadas pelo Governo do Rio Grande do Sul, o governador decidiu pela ampliação do programa Sementes Forrageiras e a ampliação do subsídio para o programa Troca-Troca de Semente de Milho da safra 2021/2022 aos produtores dos municípios que decretaram situação de emergência. Além disso, quanto aos investimentos, o Avançar na Agricultura e Desenvolvimento Rural destinará ao setor R$275,9 milhões, o dobro dos investimentos dos últimos dez anos. De acordo com a Secretaria de Agricultura do Estado, a Defesa Civil tem a função de pensar estratégias para disponibilizar caminhões-pipa para levar água para as comunidades, para consumo humano e animal.

Emater/Secretaria de Agricultura
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