Júlio de Castilhos
quarta-feira

22 de janeiro de 2025

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Estiagem prolongada resulta em decreto de emergência em Júlio de Castilhos

A decisão se deve aos prejuízos causados pela falta de chuvas no setor agropecuário do município

Nessa última semana de novembro, após uma reunião do Conselho Agropecuário de Júlio de Castilhos, foi decidido pelo decreto de emergência em decorrência da falta de chuva e os prejuízos causados pela estiagem no setor agropecuário do município.

Ainda que as precipitações fizeram parte dos últimos dias de novembro no Rio Grande do Sul, não foi o suficiente para reverter perdas para os agricultores em função da estiagem prolongada, principalmente para a cultura de milho e a produção de soja. De acordo com a Secretaria de Agricultura do município de Júlio de Castilhos, onde as chuvas foram espaçadas, as precipitações acumularam um volume médio de 20mm na região.  

Com o objetivo de informar a população e os órgãos responsáveis sobre os efeitos climáticos, a Emater, Secretaria de Agricultura, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Empresa de Assistência Técnica Getagri se reuniram na última sexta-feira (26) para discutir as perdas agropecuárias em decorrência da falta de chuva. Após, nessa terça-feira (30), a Emater de Júlio de Castilhos emitiu o Relatório de Perdas Agrícolas da safra 2021/2022. Segundo o documento, o município de Júlio de Castilhos tem sofrido com ações climáticas que dificultam o desenvolvimento positivo na agricultura, e por isso é necessário o acompanhamento técnico e monitoramento constante da situação das safras agrícolas.  

Prejuízos na produção agropecuária  

A falta de chuvas, além de impactar significativamente nas safras, trazem dificuldades para o setor econômico tanto para as famílias que vivem no meio rural, quanto para todos os setores que dependem direta ou indiretamente do agronegócio. No relatório, a Emater reforça o aumento no custo da safra 2021/2022 devido ao preço alto de maquinários, insumos, defensivos agrícolas e óleo diesel. Além disso, em relação à produtividade rural, a estiagem afeta as famílias de produtores que tem a agricultura como principal ou única fonte de renda.  

Em Júlio de Castilhos, desde a metade do mês de setembro são registradas baixas precipitações, dificultando o plantio da soja no município, a qual é a principal cultura anual. A Emater estima também que, na cultura do milho de sequeiro, a perda já é mensurada em 30% nas lavouras.  

Outro setor afetado pela diminuição de precipitações pluviométricas é a bovinocultura de leite. A perda é estimada em 30% de produtividade para o período de verão, acumulando um prejuízo de R$5 milhões para os produtores de leite de Júlio de Castilhos. Esse prejuízo se deve principalmente pelo atraso e desenvolvimento fraco do plantio de pastagens de verão.  

De acordo com a Secretária de Agricultura de Júlio de Castilhos Dra. Ana Paula Alf Lima, estão sendo realizadas visitas técnicas em propriedades de produção de leite no município. Além da perda de produtividade, os produtores leiteiros relatam nessas visitas que os valores pagos pela produção de leite também acompanham os prejuízos.

“A exemplo de uma propriedade que tem um rebanho de 18 cabeças destinado a produção de leite, vinha recebendo em torno de R$ 2,00 por litro até final de outubro. Agora, passou a receber R$ 1,76/litro, ou seja, uma perda de 0,24 centavos/litro enquanto o custo para produzir cada litro no período teve crescimento de 0,36 centavos.”

Um dos contribuintes principais para a queda do valor pago é o aumento da acidez do leite em decorrência das dificuldades para alimentação dos animais com as pastagens.  

Decreto de emergência  

Após a reunião do Conselho Agropecuário de Júlio de Castilhos, foi decidido pelo decreto de emergência em função do quadro de estiagem prolongado. A decisão é motivada também pela falta de água potável para consumo humano em comunidades rurais.  

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