Essa foto foi tirada em 1959, durante um baile no CTG Júlio de Castilhos. O CTG Júlio de Castilhos foi fundado em 4 de janeiro de 1952. Contam que o João Machado Vieira, marido da Luecy, foi um dos fundadores da primeira entidade tradicionalista do Rio Grande: o CTG 35, em Porto Alegre. Em seguida ele espalhou o boato que tinham fundado o 2º CTG em Júlio e telefonou mandando a turma se virarem para que o boato fosse verdade. E foi assim que surgiu o nosso CTG. Oficialmente o primeiro Patrão foi o Mj. Theóphilo Barnewitz.
A primeira sede do CTG ficava na Rua Oswaldo Aranha, perto da casa da Ieda do Beco. O Patrão era o Seu Lily Marros. Ele me contou que estava num baile e havia um visitante que começou a incomodar, falava alto e mostrava um revólver em cima da mesa. O Patrão Heitor Hundertmarck, constrangido, não sabia como contornar a situação e evitar um distúrbio maior. Então o Lily que estava numa mesa perto resolveu comprar a briga. Chegou e ordenou olhando em cima dele, que ele lhe entregasse a arma e ele assustado entregou-a, e mandou que se retirasse e ele se retirou. Seu Heitor, já cansado de muitos anos pediu que ele aceitasse ser Patrão e assim foi.
Na foto bem de cima aparecem: * O menino Luiz Carlos Marros, filho do Lily e de Dona Eloah Edler Marros. * Com o violão está o David Jogica Oliveira. Até hoje ele não sabe porque é Jojica. Ele foi casado com a Gládis Rosa Fumagalli, irmã da Denice filhas do seu Attílio e de Dona Elcy. Todos esses moravam aqui na minha rua, ou melhor na Av. Fernando Abbott. Dona Elcy era uma prestimosa modista, como diziam naquele tempo para designar uma ótima costureira. Era filha da Dona Aracy e do Seu Onofre Baptista da Rosa que moravam onde hoje é a ex-casa da Tuca. Foi desse casal que papai comprou o terreno da frente, onde morava o Seu Murilo e Dona Mariana Fogaça. Eu paguei a metade do valor que ele mandou para meu irmão e me deu o terreno. Lembro bem da casa deles, ao lado do Seu João Mello da Dona Lucila. Com o erguimento da rua a casa ficou enterrada. Tinha uma porta ao lado e uma janela na frente cujo peitoril ficava perto da calçada. As crianças para descansar se sentavam na janela! Aí, em 1969, construí a nossa casa.
* O outro, de colete preto era o Nelson Soares da Silva, irmão da Lecy e da Nilva. Quando éramos solteiros fomos amigos. Ele tinha o apelido de “Penetra” porque era pudim de festa. Sempre dava um jeitinho de entrar! * O outro com violão era irmão do David Jogica * A moça é a Eulália, filha do Seu Geraldo Silva que morava ali perto do Zanetti. Aí vem uma história muito triste. Ela casou com o Nelson da foto e resolveram morar em Joinville. A Eulália foi na frente para preparar a casa e o Nelson foi de caminhão com a mudança. Foram junto uma filha, duas netas, o genro e o motorista. Todos faleceram num acidente. Estão no Reino da Gloria. Voltemos à foto: * Com a gaita, bem mocinho, com cabelo preto, está o Seu Amado Martins Portella da Dona Dora, filha do Seu Queno e da Dona Biloquinha Pimentel que era professora. * A de brinco de argola é Lecy Soares Machado, do Ozório. * E, embaixo está a inconfundível Claudete do Erno Seffrin.