Já tive a oportunidade de, em outra ocasião, opinar sobre a possibilidade de uma etiqueta da máscara nesses temos pandêmicos. Que os novos tempos exigem novas posturas é uma obviedade ao longo da trajetória humana sobre a Terra. As novas tecnologias vieram para ficar e inovando, superando dificuldades e, sobretudo, criando novas posturas, as redes sociais permitiram uma série de ações antes impensadas. Vender, comprar, se relacionar, informar-se são algumas das utilidades delas. Enviar arquivos de áudio, vídeo, fotos, fazer transações financeiras também são facilidades. Afora o sem número de aplicativos (App’s) mais específicos, o conhecido Whats App popularizou-se por ser de fácil entendimento, manuseio e interação do usuário.
Titias e vovôs fazem a festa! Os jovens, então, nem se fala. Mas o fato que para toda nova postura social há a necessidade da regulamentação, ordenação ou de, simplesmente, um conjunto de normas tácitas e consuetudinárias. Pois o “zap-zap” ou o “uatizápi” tem na atualidade mais de 2 bilhões de usuários no globo (Só no Brasil são mais de 120 milhões de almas, o que corresponde a aproximadamente 56% da população nacional). Mas o porquê de se disciplinar o uso do Whatss?
Não sei se é somente eu que se sente incomodado por mensagens inoportunas em horas improváveis. E não é somente de amigos, conhecidos, vizinhos, mas de contas comerciais vendendo de tudo um pouco (do alfinete ao avião). Sem contar nas intolerantes operadoras de televisão, de celular e das financeiras. Mas quem cometeu o desatino de transformar o seu número de Whats App numa extensão do trabalho, aí lascou-se. No meu caso, em particular, como professor, tenho de dar conta de inúmeros grupos com dezenas de participantes. E se a comunicação for individual, as dezenas se transformam em centenas, quiçá milhares de interlocutores. Não bastasse isso, a facilidade de interação criada pela rede social se transformou em um tormento: Desde o raiar do sol até madrugada adentro, sem o respeito pelas horas de descanso, os bipes, notificações e vibra call são incontáveis. Tudo bem que quem manda a mensagem tem por base a sua disponibilidade de tempo, mas e o outro lado como fica? Pensei em criar uma conta comercial (com horário de atendimento, mensagem automática de retorno e essas coisas mais) mas me pareceu que isso ia tirar a pessoalidade e a intimidade que certos relacionamentos humanos necessitam.
Mas o fato é que algumas facilidades trazem consigo dificuldades adicionais que devem ser resolvidas. Embora o aplicativo “Uátis” possa permitir silenciar notificações, como resolver o caso de um número que não esteja em seus contatos e que manda mensagem as 02 horas e quarenta minutos da madrugada de sábado para domingo perguntando sobre uma banalidade de seu serviço que poderia ser resolvida em horário comercial? A exagerada informalidade do aplicativo é um suplício.
É, tempos atrás, quando as coisas não andavam tão depressa, parece que se tinha mais prudência. Se não tínhamos, um chá de “semancol” resolvia. Hoje em dia a velocidade dos acontecimentos atropelou a tolerância. Mas caso você, leitor, queira discutir esse assunto comigo, manda um Whatss!