Para provar meu ponto de vista altamente otimista, tenho que começar citando o argentino Charly Garcia, nos tempos de Sui Generis, em uma das canções mais lindas de todos os tempos; “Cancion Para Mi Muerte”.
Hubo un tiempo que fui hermoso Y fui libre de verdad Guardaba todos mis sueños En castillos de cristal Poco a poco fuí creciendo Y mis fábulas de amor Se fueron desvaneciendo Como pompas de jabón | Houve um tempo em que fui bonito E fui livre de verdade Guardava todos os meus sonhos Em castelos de cristal Pouco a pouco fui crescendo E minhas fábulas de amor Foram desvanecendo-se Como bolhas de sabão |
Quem me apresentou essa música foi o meu amigo argentino, Léo Casagerone. Artista plástico, hoje professor da Escuela de Bellas Artes Manuel Belgrano, em Buenos Aires. Nos conhecemos em um mochilão, em Floripa, lá por 2011.
Sempre amei a melodia, mas tenho compreendido a letra nos últimos tempos. O autor canta que, conforme vamos ficando mais velhos e maduros (e feios), vamos perdendo a liberdade destemida da juventude, onde não paramos para pensar em todas as consequências dos nossos atos.
Que os sonhos vão tornando-se mais palpáveis e dentro da realidade. Ficamos mais tranquilos, menos dramáticos e mais preparados para os altos e baixos da vida. E claro, também é uma canção de amor.
Diferente dos grandes objetivos que levaremos anos para atingir, aqui no Brasil, nós podemos sentir a liberdade desde cedo. Afinal de contas, somos brasileiros, nascemos, talvez, no país mais livre do mundo.
O povo brasileiro é formado por tantas raças e culturas, tem de tudo aqui. Temos liberdade sexual e religiosa, podemos vestir o que quiser ou nos despir (quase que) por completo nas praias e piscinas.
Claro que é um país cheio de problemas, preconceitos e gente mal intencionada, mas parte disso é o que faz essa anarquia nos dar tantas possibilidades de escolha.
Quantos países tiveram 2 movimentos de filmes pornôs de sucesso mundial? (Pornochanchada e Brasileirinhas)
Já falei aqui na CULTURA POP que o Brasil deu certo e quem me disse isso foi outro amigo Léo, o Klein, que morou em 43 países. Aqui é um dos melhores lugares do mundo pra viver, não interessa o que diz o IDH.
A pobreza rural e desnutrida da África, a repressão ao comportamento humano no Oriente Médio, e mesmo nos países desenvolvidos não é tão legal como aqui. Na Noruega, e países que tem o maior IDH, também tem os maiores índices de suicídio.
Estamos no meio do caminho. Eles são ricos tristes e nós somos pobres felizes.
A Islândia é linda, mas uma long neck de cerveja custa o equivalente a R$70 (setenta reais).
O Brasil tem um grande lado sombrio, não nego isso. Mas nunca existiu, não existe e jamais existirá uma harmonia total.
A existência é caos e não faz sentido. E se você seguir lendo a letra da música que te apresentei:
Es larga la carretera cuando uno mira atrás Vas cruzando las fronteras sin darte cuanta quizás Tómate del pasamanos, Porque antes de llegar, se aferraron mil ancianos Pero se fueron igual… | É longa a estrada quando um olha para trás Vai cruzando as fronteiras sem te dar conta que talvez Te tomaram o corrimão Porque antes de chegar, teimaram com mil anciãos Mas foram igual… |