Júlio de Castilhos
quinta-feira

23 de janeiro de 2025

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Ser adulto é entender que devemos seguir tendências de mercado e que brócolis é delicioso. Meu problema na adolescência, e de todos adolescentes condicionados a questionar o “sistema”, foram as referências. Meus leitores favoritos eram Chuck Palahniuk, Anthony Burgess, Charles Bukowski, George Orwell e Franz Kafka. Além de outros não tão bons.

Tinha tempo e disposição mental de questionar o que acontecia, aconteceu, aconteceria e com embasamento. O que me tornou insuportável por décadas, até compreender que nada importa se você não tem estabilidade financeira. Ninguém vai respeitar o intelecto de quem tá fodido de grana.

Na história, temos diversos exemplos de pessoas geniais que morreram na miséria, como Mozart, Tesla, Van Goght e até Shakespeare. Falando nesses caras, um dia vou fazer uma série sobre a vida real de figuras históricas que foram valorizadas somente após sua morte. Tive a ideia agora.

Não estou comparando, não sou gênio, na verdade, nem sorte tenho. Não escrevi best-sellers ou dirigi um blockbuster, e ao julgar meus 32 anos, acredito que não acontecerá. Mas o que pude fazer até o momento foi compreender que é necessário seguir as tendências de mercado. Seguir o dinheiro honesto que contribuirá na estabilidade do futuro dos meus filhos.

E é por isso que amo filmes de heróis pré-fabricados, cheios de efeitos especiais e com muito pouco conteúdo. Ainda consigo ser muito exigente sobre eles. Esse final de semana, inclusive, fui no cinema depois de 2 anos, assistir O Esquadrão Suicida 2 (2021), de James Gunn. Confesso que, depois das críticas fortemente positivas, achei que seria melhor, mesmo sendo muito bom. É aquela coisa, te diverte e só. A grande tradução da atual tendência de mercado e da CULTURA POP.

As tendências, traduzidas em números de bilheteria, tendem a refletir os aspectos sócio culturais de sua época. Nas décadas 1940 e 1950, pós Segunda Guerra Mundial, o público queria histórias mais positivas, evitando temas violentos. Já nos anos 1960, iniciou-se um movimento de produções mais ousadas, que atingiu seu auge nos anos 1970 com sucessos O Poderoso Chefão (1972) e Taxi Driver (1976).

Nos final dos anos de 1970 e toda a década de 1980, onde estão os meus favoritos, vieram filmes de mocinhos carismáticos, bem contra o mal e finais felizes como Guerra nas Estrelas (trilogia), E.T.: O Extraterrestre(1982), Os Caça-Fantasmas(trilogia), De Volta para o Futuro (trilogia) e Curtindo a Vida Adoidado(1986). Nos anos de 1990 vieram os filmes de ação de Arnold Schwarzenegger, Jean-Claude Van Damme e outros brucutus, seguidos pela grande evolução dos efeitos especiais com Parque dos Dinossauros (1993), e Independence Day (1996). Chegando nos anos 2000, com as mega-produções e grandes sequências como Harry Potter e tantos outros.

Escrevendo esta coluna, coincidentemente, encontrei uma lembrancinha de qualquer filmagem que fiz, em alguma escola, meses atrás, que dizia: “somos soldados dos livros que lemos, das viagens que fazemos e das pessoas que amamos”. Não sei de quem é a frase, até dei um google, mas na falta da certeza, não citarei nome. Enfim, difícil discutir com essa verdade. E, verdade seja dita, espero que todos descubram cedo como brócolis é bom.

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