Nessa semana, o SEMANÁRIO REGIONAL conversou com a atleta Maria Portela, castilhense que representará o Brasil nas Olimpíadas de Tóquio como atleta de Judô. A judoca participou dos jogos Pan-Americanos de Judô em 2012, onde conquistou a medalha de ouro. Em 2015, em Toronto, obteve a medalha de bronze na categoria até 70kg, sendo a número um no ranking mundial em 2017.
A história de Maria Portela iniciou em Júlio de Castilhos, onde nasceu e permaneceu até os seus seis anos, quando se mudou para Santa Maria com sua mãe e três irmãos. Sua trajetória no esporte começou por incentivo de uma professora, que através do projeto social chamado “Mãos Dadas” ensinava a arte do judô. Entre os interessados estava Maria Portela, na época com 9 anos.
Segundo a atleta, deste episódio “começou essa paixão pelo esporte. Pratiquei o projeto até meus 17 anos, onde decidi que seria atleta”.
Para seguir trilhando seu caminho no esporte, viajou por diversos estados, como Santa Catarina, onde morou por dois anos, e São Paulo, permanecendo por quatro anos.
Em 2011, Maria ingressou na SOGIPA – Sociedade de Ginástica de Porto Alegre e, com essa oportunidade, já representou o Brasil em duas Olimpíadas: Londres 2012 e Rio de Janeiro 2016.
Durante esse caminho, a atleta comenta quais os principais desafios que enfrentou em sua carreira, principalmente em relação ao financeiro.
– Existe um custo de viagens, material de treinamento, então é um grande desafio. Na minha infância, bati de porta em porta em empresas privadas para solicitar apoio.
Tantos desafios apenas fortificaram sua trajetória. Maria foi em busca de mais oportunidades e investimentos para sua carreira. Em 2021, com seus 33 anos, Maria Portela estará representando o Brasil e o Judô nas Olimpíadas de Tóquio, no Japão, que acontecerá neste mês de julho.
Maria conta que uma série de preparações e treinos estão sendo realizados para este momento, que também enfrenta desafios em decorrência da pandemia de Covid-19. A atleta finaliza com agradecimentos por estar representando a seleção brasileira em mais uma olimpíada.
-Me sinto muito honrada. Sou grata a Deus e a todos aqueles que estão envolvidos nesse processo olímpico, por estar mais uma vez em mais uma olimpíada representando meu país, minha família, meus amigos e as cidades que eu passei em todo meu desenvolvimento.
Fique atento. Maria Portela, a nossa judoca castilhense, irá competir no dia 28 de julho.
Confira a entrevista na íntegra:
Como iniciou sua trajetória no judô?
– Quando eu tinha nove anos, uma professora da minha escola informou que tinha um projeto social, chamado “Mãos Dadas” onde dava aula de judô, e quem tinha interesse poderia ir, era totalmente gratuito. E foi aí que começou essa paixão pelo esporte. Eu pratiquei no projeto até os meus 17 anos, onde decidi que seria atleta. Fui morar longe da minha família, morei dois anos em Santa Catarina, depois, fui para São Paulo, onde fiquei quatro anos. Em 2011, vim para a SOGIPA, o clube para qual representei duas olimpíadas. Londres em 2012, Rio de Janeiro em 2016 e agora Tóquio 2021.
Você nasceu e cresceu em Júlio de Castilhos?
-Eu nasci em Júlio de Castilhos, mas quando tinha seis anos, com o falecimento do meu pai, minha mãe ficou praticamente sozinha com quatro filhos. Ela decidiu se mudar para Santa Maria. Tenho 33 anos. Tenho alguns familiares em Júlio de Castilhos, mas pela distância, quase não vou à Santa Maria e à Júlio de Castilhos, por conseguir apenas em finais de semana ou períodos de férias por conta das competições.
Como é a experiência de se desenvolver no esporte vindo do interior do Rio Grande do Sul? Quais foram os principais desafios?
-Você se desenvolver no esporte requer grandes desafios, principalmente financeiros. Existe um custo de viagem, material de treinamento, então é um grande desafio. Na minha infância, tive que bater de porta em porta nas empresas privadas para solicitar apoio, e chegou um momento que precisei sair do estado. Precisei buscar outros lugares que me dessem mais oportunidades e investimentos.
Como é para você estar se preparando para a Olimpíada em Tóquio?
-Me sinto muito honrada. Sou grata a Deus e a todos aqueles que estão envolvidos nesse processo olímpico, por estar mais uma vez em mais uma olimpíada representando meu país, minha família, meus amigos, e as cidades por onde passei todo o meu desenvolvimento. Estou treinando bastante, temos alguns desafios nessa olimpíada devido à pandemia, mas a preparação está sendo feita. Estou muito feliz de estar, mais uma vez, à frente da seleção brasileira.