Júlio de Castilhos
quinta-feira

23 de janeiro de 2025

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As TICs deveriam ter parado nos Pagers

Outro dia, briguei com um amigo em um grupo de WhatsApp. Fiz uma brincadeira inocente e ele, que estava em um dia ruim e me retribuiu com umas falas bem pesadas. Nem por um segundo, ele pensou que mais pessoas estavam lendo aquelas palavras.

Chamei no privado, mas ele não entendeu a exposição.

Certa vez, John Lennon disse que “A ignorância é uma espécie de bênção. Se você não sabe, não existe dor”. Eu, como profissional de comunicação, estudo muito as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs).

Foi até o tema do meu TCC, como já falei aqui na Cultura Pop.

Cometi o grande erro, ainda, de me especializar em Redes Sociais. O que me faz muito desgostoso com as redes sociais.

Tanto sei sobre o assunto, que me cansa discutir sobre ele. É um assunto que todo mundo tem uma opinião. E isso é um saco.

As redes sociais dão as pessoas a falsa impressão de que elas tem alguma influência na sociedade. O que, nem de longe, é verdade. A verdade é que ela escraviza a sua opinião.

Já tentei avisar a minha mãe diversas vezes que falar mal do “véio da Havan” no facebook apenas impulsiona e divulga a marca dele. Ela simplesmente não entende que se 30% das pessoas, ou seja, menos que a maioria, discordem dela, basicamente isso só ajuda quem ela queria prejudicar.

Bolsonaro não precisou de dinheiro para se eleger, apenas postagens polêmicas amplamente divulgadas por apoiadores e, principalmente, opositores. Sem maiores detalhes para evitar maiores polêmicas.

Tantos outros exemplos que poderia citar aqui!

Rede social é como pôker, existe uma matemática por trás. Que se chama algoritmo, mas enfim. Não ganha quem berra mais alto, mas quem lê e estuda o assunto.

Não consigo deixar de imaginar se as TICs tivessem parado nos Pagers.

Pager é um dispositivo eletrônico, onde você manda uma radiomensagem para interligar um centro de controle de chamadas e o destinatário. Tipo um “Twitter interno”. Foi muito popular nos anos 90.

A questão aqui é que, para desenvolver a conversa, você tinha que ligar para quem te mandou um “bipe”. Isso forçava as pessoas a estabelecerem uma comunicação mais focada e interna. Aquilo não era amplamente exposto. No máximo, uma reclamação entre colegas do trabalho ou com a esposa no final do dia.

Outro assunto a ser citado aqui é que o pager salvaria muito casamento. No celular, você nunca se separa do cônjuge, pois ele está sempre no seu bolso. Nossos pais saíam de casa e não tinham contato nenhum até o final do dia. Em caso de emergência, manda um “bipe” ou liga! Mas em caso de emergência!

Em dois anos que estou com a minha namorada, certamente tive mais contato com ela que os meus avós em 49 anos de casado.

Tantas brigas seriam evitadas caso o mundo tivesse parado no pager. Inclusive a minha com o meu amigo.

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